29 junho 2009

Estranha retórica eleitoral


O Dr. Luis Filipe Menezes é um homem cheio de sorte. Perante uma dívida actual de 255.011.562 Euros na Câmara de Gaia, até o candidato do PS vem reconhecer neste "outdoor" que as "As pessoas valem mais". Que valem mais do que esta dívida, portanto. E é muito capaz de ter razão. Mas que a retórica é estranha, isso é.

26 junho 2009

A anedota do Governo

O Primeiro-Ministro declarou hoje aos jornalistas que o Governo vai opor-se ao negócio de compra de uma participação da TVI pela PT. Mas como é isso possível, se, ainda ontem, o presidente da CE da PT garantia que não há qualquer negócio com a Prisa e que o que existe são apenas alguns cenários? Só pode ser anedota.

Além de que, a destruir cenários, ninguém ganha ao Herman. O problema é que o actor tem mais piada, mas só a anedota do Governo é de rir.

O fogo que eu vi no S. João (Gaia 2009)

25 junho 2009

6 anos de Retórica

Ao criar este blogue na véspera de S. João, há 6 anos atrás, garanti desde logo que o aniversário seria sempre um dia de festa. Este ano comemorei-o no Cais de Gaia, mesmo ali sobre o rio Douro, com uma vista ímpar. A tradicional sardinhada, o desfile das marchas populares e mais tarde o soberbo fogo de artifício, foram um programa e tanto. Sempre uma grande noite, esta noite de São João, no Porto. Perdão: esta noite de São João, em Gaia.

16 junho 2009

Coimbra lidera estudos da argumentação

Christian Plantin vai estar na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra nos próximos dias 17 e 18 de Setembro de 2009 para orientar um seminário sobre:


L'ARGUMENTATION AUJOURD'HUI:
ÉTAT DE L'ART ET QUESTIONS DISPUTÉES


Depois do seminário, proferirá uma conferência pública.

Mais informações disponíveis aqui.

OBS:
Sublinhe-se o dinamismo do grupo de investigação "Teaching Logic and Argumentation" (LIF/FCT) coordenado pelo professor e investigador Jales Ribeiro. Depois de ter organizado em Outubro do ano passado o excelente Colóquio Internacional sobre "Rhetoric and Argumentation in the Beginning of the XXIst Century", promove agora mais uma importante iniciativa para o desenvolvimento dos estudos da argumentação em Portugal. Está, sem dúvida, de parabéns.

13 junho 2009

A desintegração do ethos

Afirmar uma coisa e o seu contrário, como neste caso, é mais do que perder a causa, é perder-se a si próprio.

07 junho 2009

Cavaco já reconhece que teve acções da SLN
(Título na pág. 2, primeiro caderno, Expresso de 05 de Jun 2009)

Repare-se na força noticiosa deste "já" e na função estratégico-pragmática que lhe cabe ao nível da formação de sentido do próprio título. Título que, note-se, já reproduziria a verdade dos factos se o "já" lá não estivesse. Mas para o Expresso, pelos vistos seria pouco dizer apenas essa verdade, dizer apenas, por exemplo, "Cavaco reconhece que teve acções da SLN". O Expresso achou que deveria dizer também o que não disse mas terá querido dizer. Ora o que é que o Expresso realmente terá querido dizer com esse "já"?


Que Cavaco "já" reconhece:

1) o que não reconhecia?
2) o que não queria reconhecer?
3) o que não queria reconhecer mas deveria ter reconhecido?
4) o que não queria mas foi agora forçado a reconhecer?
5) o que sempre negou?

Não se sabe. E esse é o lado mau da ambiguidade, do implícito, da mensagem "indirecta". Não se sabe o que é, mas sabe-se que tudo ou quase tudo pode ser. O lado bom é o de permitir chamar a atenção para a necessidade de escrutínio público seja do que for, mesmo quando a prova formal é difícil ou até mesmo impossível. Neste caso do Expresso, porém, é o próprio director que nos socorre quando na página seguinte relata os cuidados que o jornal teve, nomeadamente, o de todas as vezes terem dado conhecimento antecipado à Presidência da Republica dos factos que iam publicar e de nunca terem recebido qualquer resposta. O director do jornal deixa ainda muito claro que os factos não foram noticiados por serem ilegais ou irregulares, pois não o são, mas sim, por o jornal os considerar politicamente relevantes.

"Tenho o maior respeito pelo Presidente da Republica", diz Henrique Monteiro, e digo-o eu, também, que nele sempre votei, do que não estou nada arrependido. Mas, evidentemente que as coisas são como são, independentemente dos nossos afectos ou preferências políticas. Logo, aquele "já" no título do Expresso desta semana, a que acima me refiro, tem a sua razão de ser e quererá por certo alertar-nos para futuros desenvolvimentos a que não será alheio o conhecimento de que a SLN não estava cotada em Bolsa e que, precisamente por isso, a compra e venda tinha de passar por uma decisão do ex-presidente Oliveira Costa. Que foi quem foi e é quem é. Ora é sabido que as pessoas nem tudo podem dizer, mas tudo podem pensar. Não seria, por isso, mais vantajoso para todos esclarecer tudo, de uma só vez e, se possível, já?

06 junho 2009

Pensamento de eleição

É preciso reflectir no dia de amanhã.

05 junho 2009

Um desconsolo

Pela terceira vez: é um desconsolo ser mais visitado quando não escrevo. Desde o meu último "post", a 9 de Maio, que o sitemeter não pára de crescer, com um incremento médio de 40%. Ainda ontem, o número de visitantes triplicou. Mas tenho que deitar mão nisto, não gosto de ajuntamentos. E é limpinho: basta voltar a escrever.