O “iluminismo” do sr. Bastonário - I
Há pouco mais de oito dias o Público divulgou os resultados de uma sondagem sobre o que pensam os portugueses quanto ao modo como funciona a justiça no nosso país. E a avaliar pelo silêncio crítico ou opinativo que se seguiu, ninguém terá ficado muito surpreendido ou indignado com a natureza das respostas obtidas. Ninguém, não. Minto. O sr. Bastonário da Ordem dos Advogados não gostou nada do que leu e, por isso, veio na passada sexta-feira, ao mesmo jornal, taxar de arcaismo regressivo o teor de tais respostas. Sinceramente: até eu, que a nenhum título participei nessa sondagem, me senti incomodado. É que se não me identifico com as elites a que o sr. Bastonário alude, só poderei rever-me, ao menos em parte, nas respostas que, imagine-se, foram dadas por mais de 70% dos inquiridos. Terá sido um mero abuso de linguagem ou uma expressão menos feliz? É provável que sim. Passemos à frente, então. Mas não sem antes reconhecer (ou lembrar?) que não é a especial formação jurídica, por mais brilhante que seja, que confere superioridade ética ou cognitiva seja a quem for.
Confira aqui o artigo Defesa do Iluminismo, de José Miguel Júdice, no Público de 11.07.2003
Confira aqui o artigo Defesa do Iluminismo, de José Miguel Júdice, no Público de 11.07.2003
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