09 julho 2003

Eduardo Prado Coelho e os blogues

Na sua coluna "Fio do Horizonte", no Público de hoje, Eduardo Prado Coelho anuncia (creio que pela primeira vez) o seu posicionamento face aos blogues:

"Segundo um determinado jornal, eu estaria entre os suspeitos de poderem ser os autores de um famoso blogue. Vasco Graça Moura já veio desmentir em verso que o culpado seja ele. Pela minha parte, resta-me a prosa: jamais me passaria pela cabeça ter um blogue (...). O meu blogue tem sido esta crónica, onde falo de quase tudo, de um modo explícito ou algo encoberto. Às vezes no estilo do queixume, outras no da confidência. Mas partilho experiências, leituras, encontros, indignações, espantos."


Três comentários:

1. Vários nomes foram já associados a uma possível autoria do tal "famoso blogue" e várias são também as personalidades do mundo político-cultural que entretanto vieram a terreiro público desmentir qualquer ligação pessoal ao dito. Mas o que acho deveras interessante é que, tanto quanto sei, para refutar tal autoria, nenhuma dessas personalidades apresentou como principal justificação, por exemplo, que nunca seria capaz de produzir conteúdos semelhantes aos que são habitualmente publicados em tal blogue. A ver se nos entendemos...

2. Ao afirmar que jamais lhe passaria pela cabeça ter um blogue, E.P.C. lança a maior dúvida sobre a credibiidade do anúncio ao novo Causa Nossa , no qual surge como um dos seus futuros participantes. A conferir...

3. Finalmente, se E.P.C. diz "o meu blogue tem sido esta crónica, onde falo de quase tudo, de um modo explícito ou algo encoberto. Às vezes no estilo do queixume, outras no da confidência. Mas partilho experiências, leituras, encontros, indignações, espantos." então as motivações do autor de um blogue não têm que ser muito diferentes das razões que levam alguém a escrever nos "media" tradicionais. Nesse sentido, como sugeri no meu post anterior, a especificidade dos blogues residirá, muito provavelmente, na novidade e no valor acrescentado que vieram trazer ao mundo da edição-publicação. O resto, é euforia...