25 novembro 2003

Défice de razão

Caiu a máscara.

Alemanha e França são, afinal, dos primeiros a furar o Pacto de Estabilidade (PEC) com a conivência da maioria dos Estados-Membros.

Portugal aprovou. Espanha votou contra. Do que pensam os representantes portugueses nada se sabe. Estão muito caladinhos, como é próprio de quem consente. Já a Espanha fez notar que as regras têm de ser iguais para todos porque só assim é que a Europa pode crescer. "O Tratado deve ser o mesmo para todos", protesta Rodrigo Rato, ministro espanhol da Economia . A decisão não tem fundamento legal e desrespeita o espírito do Pacto de Estabilidade (PEC), diz Pedro Solbes, comissário europeu para os Assuntos Económicos.

De que lado está a razão? Porque é que a Espanha teve a coragem de se opor e Portugal não? Será que o governo português já prevê que vai em breve cair no mesmo descontrolo (do défice) e quis assim fugir também às respectivas penalizações? Seja como for, é possível que ainda escape ao défice financeiro. Tudo leva a crer, porém, que já não se livra de um défice de razão.