Gaia: cidade e cidadania
Ontem fui assistir ao seminário internacional "Cidade, Cidadania e Desenvolvimento Local", que a Junta de Freguesia de Oliveira do Douro, V. N. Gaia, levou a efeito no auditório da conhecida Escola de Gervide.
Gostei. Muito bem organizado, oradores de qualidade e prestígio, auditório confortável e tecnologicamente bem equipado. A presença de uma ex-governante (Elisa Ferreira) e do actual Vice-Presidente da Câmara de Gaia (Poças Martins) conferiu à sessão da manhã uma tonalidade essencialmente prática. Na parte da tarde, vieram as intervenções de carácter mais teórico-compreensivo. Mudaram os estilos e as perspectivas mas manteve-se o alto nível das comunicações apresentadas. Parabéns à Junta.
Registei as seguintes afirmações ou tópicos.
* Elisa Ferreira (Economista, deputada à Assembleia da República):
É essencial que não se perca o sentido do território.
A minha solução é a das 5 regiões pois são precisos espaços onde se pensem políticas fundamentais.
Acho que essa história do défice é uma história louca. Estamos a perder tempo.
Diz-se muito que Portugal é um país pequenino mas não é nada pequenino. Dentro da Europa a maioria dos países são iguais ou mais pequenos do que nós.
* Poças Martins (Engenheiro, Vice-Presidente da Câmara de Gaia):
Uma cidade é essencialmente complexidade e especialização.
No campo as coisas chegam até nós naturalmente. Nas cidades são planeadas.
Para as pessoas se sentirem bem temos que planear bem.
Entre o ambiente e o urbanismo o liberalismo não chega, tem que haver ordem.
Em Portugal há um poder central forte e um poder autárquico forte. Mas não há nada no meio.
Gaia não pode ser planeada sozinha pois insere-se numa área metropolitana.
No caso de Gaia não é hoje possível planear a mais do que 10 anos e nos concelhos em volta, ainda menos...
Em matéria de ambiente, a cidade tem resolvidos os problemas estruturais do saneamento e do abastecimento de água. Subsistem apenas alguns problemas ao nível do lixo e de espaços verdes.
Nos últimos 5 anos foram efectuadas mais de 100.000 ligações ao saneamento, com a comparticipação dos cidadãos nas respectivas despesas.
Todas as praias do concelho de Gaia têm bandeira azul. E sâo as únicas no Grande Porto (a ciddade do Porto não tem nenhuma).
Nâo há em Gaia oferta de emprego qualificado. O objectivo estratégico é, por isso, fazer do concelho um polo de conhecimento e desenvolvimento empresarial. Serão disponibilizados 500 hectares de parques empresariais.
Há 70.000 pessoas que vão todos os dias para o Porto trabalhar, perdendo o tempo em filas. Logo, a aposta será numa política de empregos mas também de mobilidade, através de novas vias rodoviárias, o "metro" e barcos no rio.
* German Vargas (Docente Universitário-Santiago de Compostela):
A democracia criou-se para a participação dos cidadãos mas o princípio "a cada pessoa um voto" (âmbito individual) fica muito aquem da participação comunitária que tem mais a ver com a ideia de "estar com o outro".
Existe uma globalização de informação e discurso mas não uma globalização dos bens e da sua distribuição.
É preciso voltar à comunidade e à participação (acção social) como princípio e método de desenvolvimento local.
* Rogério Roque (Economista, Docente no ISCTE):
O mundo está hoje sujeito a algumas ameaças que podem levar à sua própria destruição e que correspondem a outros tantos desafios: a competitividade, a desigualdade, a sustentabilidade e a diversidade.
A economia solidária é um novo conceito que pretende dar conta de uma especial articulação entre o "social" e o "económico", em que um e outro são colocados solidariamente ao serviço do bem estar dos cidadãos.
Gostei. Muito bem organizado, oradores de qualidade e prestígio, auditório confortável e tecnologicamente bem equipado. A presença de uma ex-governante (Elisa Ferreira) e do actual Vice-Presidente da Câmara de Gaia (Poças Martins) conferiu à sessão da manhã uma tonalidade essencialmente prática. Na parte da tarde, vieram as intervenções de carácter mais teórico-compreensivo. Mudaram os estilos e as perspectivas mas manteve-se o alto nível das comunicações apresentadas. Parabéns à Junta.
Registei as seguintes afirmações ou tópicos.
* Elisa Ferreira (Economista, deputada à Assembleia da República):
É essencial que não se perca o sentido do território.
A minha solução é a das 5 regiões pois são precisos espaços onde se pensem políticas fundamentais.
Acho que essa história do défice é uma história louca. Estamos a perder tempo.
Diz-se muito que Portugal é um país pequenino mas não é nada pequenino. Dentro da Europa a maioria dos países são iguais ou mais pequenos do que nós.
* Poças Martins (Engenheiro, Vice-Presidente da Câmara de Gaia):
Uma cidade é essencialmente complexidade e especialização.
No campo as coisas chegam até nós naturalmente. Nas cidades são planeadas.
Para as pessoas se sentirem bem temos que planear bem.
Entre o ambiente e o urbanismo o liberalismo não chega, tem que haver ordem.
Em Portugal há um poder central forte e um poder autárquico forte. Mas não há nada no meio.
Gaia não pode ser planeada sozinha pois insere-se numa área metropolitana.
No caso de Gaia não é hoje possível planear a mais do que 10 anos e nos concelhos em volta, ainda menos...
Em matéria de ambiente, a cidade tem resolvidos os problemas estruturais do saneamento e do abastecimento de água. Subsistem apenas alguns problemas ao nível do lixo e de espaços verdes.
Nos últimos 5 anos foram efectuadas mais de 100.000 ligações ao saneamento, com a comparticipação dos cidadãos nas respectivas despesas.
Todas as praias do concelho de Gaia têm bandeira azul. E sâo as únicas no Grande Porto (a ciddade do Porto não tem nenhuma).
Nâo há em Gaia oferta de emprego qualificado. O objectivo estratégico é, por isso, fazer do concelho um polo de conhecimento e desenvolvimento empresarial. Serão disponibilizados 500 hectares de parques empresariais.
Há 70.000 pessoas que vão todos os dias para o Porto trabalhar, perdendo o tempo em filas. Logo, a aposta será numa política de empregos mas também de mobilidade, através de novas vias rodoviárias, o "metro" e barcos no rio.
* German Vargas (Docente Universitário-Santiago de Compostela):
A democracia criou-se para a participação dos cidadãos mas o princípio "a cada pessoa um voto" (âmbito individual) fica muito aquem da participação comunitária que tem mais a ver com a ideia de "estar com o outro".
Existe uma globalização de informação e discurso mas não uma globalização dos bens e da sua distribuição.
É preciso voltar à comunidade e à participação (acção social) como princípio e método de desenvolvimento local.
* Rogério Roque (Economista, Docente no ISCTE):
O mundo está hoje sujeito a algumas ameaças que podem levar à sua própria destruição e que correspondem a outros tantos desafios: a competitividade, a desigualdade, a sustentabilidade e a diversidade.
A economia solidária é um novo conceito que pretende dar conta de uma especial articulação entre o "social" e o "económico", em que um e outro são colocados solidariamente ao serviço do bem estar dos cidadãos.
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