20 abril 2005

Um silêncio cúmplice

Posso estar errado mas a impressão que me fica é a de que, de um momento para o outro (para não dizer abruptamente) Pacheco Pereira deixou de fazer crítica política no seu famoso blogue. A que se deverá tamanha passividade? Não faço a menor ideia. Mas é algo intrigante. Bom... se for sinal de algum cansaço, até compreendo. Isto de condenar sempre os mesmos (Portas, Santana, Menezes, etc.) deve ser uma enorme maçada. Se ainda ao menos o amigo Rui Rio tivesse um deslize no seu desempenho autárquico, sei lá, uma análise menos atenta, uma decisão menos acertada, uma escolha duvidosa ou até um simples comentário infeliz... mas a avaliar pelo prolongado silêncio que tem merecido do tão crítico Pacheco, o amigo autarca deve ser irrepreensível, um verdadeiro político-modelo. É para isso que servem os amigos. Para nos apoiarem, para nos tolerarem, para fingirem até que não vêem o fracasso das nossas mais ridículas promessas. Como aquela em que Rui Rio garantiu que ia acabar com os arrumadores nas ruas do Porto. Resultado: o mandato quase no fim e a questão voltando sempre ao princípio. Em cada esquina, lá continuam dois ou mais arrumadores em busca da tão almejada "boa moeda". Humanamente, compreende-se o silêncio do comentador amigo. Mas do ponto de vista político, há que dizê-lo, será sempre um silêncio cúmplice.