Excertos de um livro não anunciado (227)
É preciso, por isso, encontrar uma outra lógica, que supere a lógica da exigência ontológica e essa é, segundo Meyer, a lógica da interrogatividade, que assenta no reconhecimento da maior ou menor problematicidade da questão levantada. Uma questão que se inscreve, afinal, na afirmação pluralista das subjectividades, como é próprio de uma retórica dos homens e para os homens. Aristóteles já reconhecera o papel central da questão no processo retórico, quando, após definir a retórica como a faculdade de considerar em cada caso (ou questão) aquilo que pode ser mais apropriado para persuadir, delimitou igualmente o seu objecto: são as questões acerca das quais deliberamos, ou seja, assuntos que parecem admitir duas possibilidades (*). Meyer, porém, vai mais longe e não só retoma a questão como objecto ou motivo da argumentação como vê nela as marcas de uma nova racionalidade - a racionalidade interrogativa - que funda e orienta o próprio argumentar.
(*) Cf. Aristóteles, (1998), Retórica, Madrid: Alianza Editorial, p. 57
(*) Cf. Aristóteles, (1998), Retórica, Madrid: Alianza Editorial, p. 57
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