O futebol na TV e a defesa do essencial

"1. Celebrar o silêncio será um delírio poético? Talvez… porque não? Digamos que, nem que seja por razões poéticas, vale a pena perguntar porque é que a maioria dos comentadores dos directos do futebol não conseguem parar (ao menos por um abençoado segundo!!!) para escutar os ambientes dos jogos? Às vezes, a dois, dão-se mesmo ao luxo de elaborar infinitas dissertações sobre estratégias e tácticas, como se não estivesse nada a acontecer no ecrã ... Pede-se apenas a defesa do essencial: o prazer de olhar e escutar. O nosso, pelo menos."
Não tenho o conhecido e muito requintado hábito de Artur Jorge, ex-treinador do FCP, de desligar o som da TV e ficar a observar as peripécias do jogo, escutando apenas música clássica. Mas nem oito nem oitenta. O comentador do direto do futebol nem precisa de nos dizer o que já estamos a ver com os nossos próprios olhos, nem tem nada que nos contar a vida de cada jogador desde pequenino. Dele se espera informação, esclarecimento, enfim, uma chamada de atenção para este ou para aquele momento, mas não um relato propriamente dito. Espera-se, sobretudo, que não transforme o jogo inteiro numa interminável e aborrecida sucessão de pormenores. Haja retórica. Ao menos, medida e bom senso. Não é pedir muito.
Etiquetas: Futebol
<< Home