22 julho 2003

Excertos de um livro não anunciado (18)

(...) Aristóteles concebe três géneros de oratória: a deliberativa, a forense e a de exibição *. A oratória deliberativa é a que tem lugar na assembleia e visa persuadir a que se adopte a política que o orador considera mais adequada. É a mais importante, a mais prestigiada, própria de homens públicos e aquela para a qual preferentemente se orientava o ensino de Isócrates e Aristóteles. A oratória forense, como o seu nome indica, é a utilizada perante os juízes ou jurados do tribunal, para os persuadir a pronunciarem-se a favor ou contra o acusado. Embora útil, não é muito valorizada. Finalmente, a oratória de exibição, também chamada de epidíctica, é a que tem lugar na praça ou outro local similar, perante o público em geral, que o orador procura impressionar exibindo os seus dotes de oratória, normalmente fazendo o elogio de alguém ou de algo, ainda que isso seja um mero pretexto para o orador brilhar.(...)


*Aristóteles, Retórica, Madrid: Alianza Editorial, 1998, p. 64