Um Deus dividido
Também na "Actual", do Expresso desta semana, Pedro D'Anunciação compara a invocação do Divino na guerra colonial em Angola com a do conflito entre radicais islámicos e ortodoxos judeus. No caso de Angola, por exemplo, terá sido a Bíblia, antes espalhada pelos missionários portugueses, que inspirou os correligionários de Holden Roberto nos massacres de 1961. Porque foi pela sua leitura que descobriram que, segundo os valores defendidos pelos próprios brancos, os negros não lhes eram inferiores. Detenho-me especialmente nesta parte final da crónica:
"E lá andavam os dois lados, pedindo ao mesmo Deus apoios opostos: uns queriam manter aquele sistema esclavagista, condenado pelos Evangelhos, mas para o qual acreditavamm assegurar a benção divina; outros queriam combatê-lo através de uma violência cruel e cega, condenada pelos mesmos Evangelhos, mas para a qual imaginavam os favores do Altíssimo. O que poderia fazer um Deus assim tão contraditoriamente disputado? E o que poderá fazer hoje, entre as preces de Bush, as dos radicais islâmicos e as dos judeus ortodoxos?"
Estranho mundo este onde a racionalidade parece invadir mais as ideias do que os próprios actos. É o mistério de Fé. Amor, precisa-se...
"E lá andavam os dois lados, pedindo ao mesmo Deus apoios opostos: uns queriam manter aquele sistema esclavagista, condenado pelos Evangelhos, mas para o qual acreditavamm assegurar a benção divina; outros queriam combatê-lo através de uma violência cruel e cega, condenada pelos mesmos Evangelhos, mas para a qual imaginavam os favores do Altíssimo. O que poderia fazer um Deus assim tão contraditoriamente disputado? E o que poderá fazer hoje, entre as preces de Bush, as dos radicais islâmicos e as dos judeus ortodoxos?"
Estranho mundo este onde a racionalidade parece invadir mais as ideias do que os próprios actos. É o mistério de Fé. Amor, precisa-se...
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