17 outubro 2003

A imaginação como exercí­cio de sobrevivência

As pessoas estão sempre com problemas de perda e não percebem. Não percebem tudo o que perdem por cada coisa que ganham. E, por isso, estão sempre a mudar. Sempre à procura de alguma coisa. É uma técnica comum: agarramos os sonhos, as fábulas, a imaginação, como exercício de sobrevivência - João Lourenço

Não há princípio nem fim. Há momentos, apenas. Fugazes, efémeros, apagáveis a curto prazo.. Nada dura para sempre, mesmo quando é mau. E esse será o maior consolo da vida (...) o mundo imaginário partilha, em quantidades idênticas, protagonismo com o Mundo real - Helena Teixeira da Silva

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Estas palavras não foram retiradas de qualquer ensaio sócio-filosófico mas sim da apresentação feita pelo JN da peça teatral, "O Bobo e a sua mulher esta noite na Pancomédia", de Botho Strauss, que estreou hoje no Teatro Nacional S. João, no Porto. Há momentos assim. Quando pretendia apenas passar os olhos pela ficção eis que me deparo com a mais eloquente imagem do real. Dá que pensar...