19 dezembro 2003

Excertos de um livro não anunciado (158)

(...) Reconheça-se, por isso, que, da concepção clássica de uma convicção fundada na verdade do seu objecto, já pouco resta neste modo perelmaniano de distinguir a persuasão do convencimento. A resposta de Perelman, mais do que solucionar, parece “matar” o problema. Da inicial pretensão à verdade, fica apenas uma intenção de verdade e um método para a retórica tendencialmente dela se aproximar, método esse que desde logo se vislumbra no modo como estabelece a diferença entre argumentação persuasiva e argumentação convincente quando se propõe “chamar persuasiva a uma argumentação que pretende valer só para um auditório particular e chamar convincente àquela que deveria obter a adesão de todo o ser racional” * (...)

* Perelman, C. e Olbrechts-Tyteca , L., (1999), Tratado da Argumentação, S. Paulo: Martins Fontes, p. 31