Excerto de um livro não anunciado (244)
Perelman tem, porém, o cuidado de nos chamar a atenção para o facto desta distinção se situar sempre a um nível de pura idealidade (*), já que, na prática, frequentemente estes três tipos de intenção surgem misturados, embora com intensidades variáveis. Com efeito, nos debates reais, é certo que os interlocutores procuram fazer triunfar as suas teses mas, na maioria das vezes, estarão convencidos de que, não só não são incompatíveis como se apresentam dotadas da pretendida razoabilidade. De qualquer modo, pese embora as naturais dificuldades da sua aplicação, os três tipos de diálogo acima referidos configuram uma importante grelha de análise e compreensão do acto retórico que só pode favorecer a detecção de eventuais usos abusivos da argumentação.
(*) Perelman, C., (1997), Retóricas, S. Paulo: Martins Fontes, p. 51
(*) Perelman, C., (1997), Retóricas, S. Paulo: Martins Fontes, p. 51
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