O perigo de viver em tempo de paz
Helena Matos, no Público de ontem:
"Francisco Ramirez, assim se chama o cidadão em causa, possuía várias armas todas devidamente legalizadas. Vivia no que se considera uma boa casa e passava o serão na companhia da sua mulher quando um grupo de oito homens entrou casa dentro. Minutos antes estes homens tinham manietado o caseiro e o seu filho e conseguido que estes lhes dessem a chave da casa habitada por Francisco Ramirez e Beatriz Ferri. Uma vez aí dentro amarraram a mulher e acompanharam o dono da casa à divisão onde este afirmava ter as jóias. Em vez das ditas jóias Francisco Ramirez segurou uma arma e disparou sobre os assaltantes. Dois morreram. Os outros puseram-se em fuga. No ar, além do estampido das balas, fica também uma pergunta: foi preciso chegar a isto para se dar alguma atenção às queixas dos cidadaos espanhóis sobre a violência crescente de que estavam a ser vítimas? O gesto de Francisco Ramirez merece particular atenção. Exaustos com uma justiça incompreensível, muitos cidadãos, sejam espanhóis, portugueses ou brasileiros, podem começar a encarar este tipo de resposta como a única que lhes resta."
De facto, governos, políticos e os próprios cidadãos parecem continuar a encolher os ombros perante o galopante agravamento da criminalidade. Mas é, talvez, tempo de enfrentar seriamente o problema porque no dizer autorizado de um antigo combatente, está já mais perigoso viver em tempo de paz do que viver em tempo de guerra.
"Francisco Ramirez, assim se chama o cidadão em causa, possuía várias armas todas devidamente legalizadas. Vivia no que se considera uma boa casa e passava o serão na companhia da sua mulher quando um grupo de oito homens entrou casa dentro. Minutos antes estes homens tinham manietado o caseiro e o seu filho e conseguido que estes lhes dessem a chave da casa habitada por Francisco Ramirez e Beatriz Ferri. Uma vez aí dentro amarraram a mulher e acompanharam o dono da casa à divisão onde este afirmava ter as jóias. Em vez das ditas jóias Francisco Ramirez segurou uma arma e disparou sobre os assaltantes. Dois morreram. Os outros puseram-se em fuga. No ar, além do estampido das balas, fica também uma pergunta: foi preciso chegar a isto para se dar alguma atenção às queixas dos cidadaos espanhóis sobre a violência crescente de que estavam a ser vítimas? O gesto de Francisco Ramirez merece particular atenção. Exaustos com uma justiça incompreensível, muitos cidadãos, sejam espanhóis, portugueses ou brasileiros, podem começar a encarar este tipo de resposta como a única que lhes resta."
De facto, governos, políticos e os próprios cidadãos parecem continuar a encolher os ombros perante o galopante agravamento da criminalidade. Mas é, talvez, tempo de enfrentar seriamente o problema porque no dizer autorizado de um antigo combatente, está já mais perigoso viver em tempo de paz do que viver em tempo de guerra.
<< Home