Pacheco dirige míssel coreano a Obama *
O míssil foi lançado pelos norte-coreanos mas não é contra eles que Pacheco reclama. Pacheco reclama contra Barack Obama. Pacheco é coerente, sempre foi. Nas eleições presidenciais americanas apostou no candidato que perdeu, não é agora que vai dar loas ao que ganhou. E Obama, como todo o político que faz ou decide alguma coisa, irá cometer erros. Pode, pois, ir já contando com as vergastadas de Pacheco Pereira que, na hora própria, não o poupará. Na hora própria, se não for antes. Porque, por via das coisas, parece que resolveu ir já adiantando serviço, ao espalhar que Obama é pura retórica ou ilusão da palavra e que de boas intenções está o inferno cheio.
Mas o que mais estranhei foi o “apelo à força” que fez na “Sábado” e na "Quadratura do Círculo", desta semana, com base em três mais do que controversas premissas, a saber:
(1) a desnuclearização do mundo de que fala Obama é completamente irrealista
(2) o míssel dos norte-coreanos mostra que "o mundo exige mais do que belas palavras e maravilhosas intenções".
(3) o mundo não é o Olimpo dos pacifistas mas antes cruel e conflituoso, pelo que a América tem é que recorrer à força e deixar-se de palavras bonitas que não param mísseis.
Deve-se, contudo, lembrar a Pacheco Pereira que o que faz em (1) é uma afirmação, no mínimo, prematura (logo veremos), que o que diz em (2) passa ao lado do míssel dos coreanos - pois com ele ou sem ele, o mundo sempre exigiu e irá exigir mais do que palavras bonitas - e que, finalmente, em (3), antes poderia considerar que não é pelo mundo já ser cruel e conflituoso que se deve torná-lo ainda mais cruel e conflituoso, recorrendo ou apelando à violência, sem esgotar primeiro todas as possibilidades de diálogo e persuasão, que é o que Obama está a fazer. Digo eu que não sou “Obamaníaco”, nem tão pouco, um “pacifista”.
Não queira, por isso, Pacheco Pereira dirigir a Obama o míssel que até os coreanos já deitaram ao mar.
Mas o que mais estranhei foi o “apelo à força” que fez na “Sábado” e na "Quadratura do Círculo", desta semana, com base em três mais do que controversas premissas, a saber:
(1) a desnuclearização do mundo de que fala Obama é completamente irrealista
(2) o míssel dos norte-coreanos mostra que "o mundo exige mais do que belas palavras e maravilhosas intenções".
(3) o mundo não é o Olimpo dos pacifistas mas antes cruel e conflituoso, pelo que a América tem é que recorrer à força e deixar-se de palavras bonitas que não param mísseis.
Deve-se, contudo, lembrar a Pacheco Pereira que o que faz em (1) é uma afirmação, no mínimo, prematura (logo veremos), que o que diz em (2) passa ao lado do míssel dos coreanos - pois com ele ou sem ele, o mundo sempre exigiu e irá exigir mais do que palavras bonitas - e que, finalmente, em (3), antes poderia considerar que não é pelo mundo já ser cruel e conflituoso que se deve torná-lo ainda mais cruel e conflituoso, recorrendo ou apelando à violência, sem esgotar primeiro todas as possibilidades de diálogo e persuasão, que é o que Obama está a fazer. Digo eu que não sou “Obamaníaco”, nem tão pouco, um “pacifista”.
Não queira, por isso, Pacheco Pereira dirigir a Obama o míssel que até os coreanos já deitaram ao mar.
* Cf. escreveu na Sábado: "O míssel dirigido a Obama"
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