O Primeiro-Ministro e o cidadão
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Disse o semanário "Sol" que o primeiro ministro mentiu ao Parlamento sobre a TVI, quando em 24 de Junho negou que estivesse a par fosse do que fosse sobre a compra desta estação de televisão pela PT. Prova: as conversas entre Vara e Sócrates entretanto objecto de escuta, já versavam o assunto.
Disse o primeiro ministro que não mentiu. Prova: porque "uma coisa é, naturalmente, discutirmos com amigos, como fiz, relativamente a notícias que são publicadas nos jornais e a conhecimentos informais; outra coisa é, como disse no parlamento, como primeiro ministro, o conhecimento oficial do negócio" entre a PT e a TVI.
Confesso que estou bem mais preocupado com este esfarrapado argumento do que com a suposta mentira. É que isto de alegar que se desconhece como primeiro-ministro o que se conhece como cidadão (mas que não se revela), é como defender que a mesma pessoa ou individualidade possui um lado A e um lado B, perfeitamente autónomos, distintos e incomunicáveis entre si. Ora eu, pelo menos, não conheço ninguém assim. Quer dizer, não conhecia.
Mas agora que a coisa se tornou pública não resisto a sugerir, nomeadamente, aos senhores deputados e aos senhores jornalistas que, de futuro, perguntem logo a Sócrates o que pensa como primeiro-ministro mas também o que pensa como cidadão. Pelos vistos, não é bem a mesma coisa.
Disse o semanário "Sol" que o primeiro ministro mentiu ao Parlamento sobre a TVI, quando em 24 de Junho negou que estivesse a par fosse do que fosse sobre a compra desta estação de televisão pela PT. Prova: as conversas entre Vara e Sócrates entretanto objecto de escuta, já versavam o assunto.
Disse o primeiro ministro que não mentiu. Prova: porque "uma coisa é, naturalmente, discutirmos com amigos, como fiz, relativamente a notícias que são publicadas nos jornais e a conhecimentos informais; outra coisa é, como disse no parlamento, como primeiro ministro, o conhecimento oficial do negócio" entre a PT e a TVI.
Confesso que estou bem mais preocupado com este esfarrapado argumento do que com a suposta mentira. É que isto de alegar que se desconhece como primeiro-ministro o que se conhece como cidadão (mas que não se revela), é como defender que a mesma pessoa ou individualidade possui um lado A e um lado B, perfeitamente autónomos, distintos e incomunicáveis entre si. Ora eu, pelo menos, não conheço ninguém assim. Quer dizer, não conhecia.
Mas agora que a coisa se tornou pública não resisto a sugerir, nomeadamente, aos senhores deputados e aos senhores jornalistas que, de futuro, perguntem logo a Sócrates o que pensa como primeiro-ministro mas também o que pensa como cidadão. Pelos vistos, não é bem a mesma coisa.
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