18 setembro 2003

Uma jogada de mestre

Leio o artigo de José Saraiva, no JN de ontem e fico estupefacto com a "transparência" com que este jornalista, militante do PS e deputado da Nação aparece a promover o caciquismo (partidário). Está em causa o "engenheiro Gaspar" e o poder pessoal que, pelos vistos, ainda detem no interior do seu partido. Pode consultar o artigo aqui mas não resisto a transcrever, de imediato, algumas das suas passagens mais sugestivas:

É preciso, nos jogos políticos, saber surpreender. Não é fácil… Por vezes, um simples movimento táctico é interpretado - principalmente por comentadores de ocasião… - como se se tratasse de gesto desprezível. Não é raro o engano: a tempo, ver-se-á.

O engenheiro Gaspar, silencioso, sorriu. Com desdém olha para uns e para outros, como um "mestre" para o tabuleiro que está colocado diante de si. Tem consciência de que lançou um aviso sério à navegação.

Por isso, os que menosprezaram a inteligência e a capacidade de movimentar as peças do xadrez por parte deste transmontano adoptado pelo Porto cometeram um erro crasso. Que pode pagar bem caro se teimar em subestimá-lo.

O que o eng.º Gaspar disse na última semana - não fazendo declarações - é que "não foi para casa" e que têm de o ouvir e, até, mesmo, de lhe satisfazer certos caprichos."

Como observador comprometido - mesmo não tendo estado do mesmo lado nos últimos combates - digo-o, com sinceridade, para não brincarem com o "mestre"



Não será o aviso deste "observador comprometido" a verdadeira jogada de mestre? Seja como for: ao que "isto" chegou...