03 outubro 2003

Demissão ou "tira-nódoas"?

OS FACTOS:

("Filme" retirado, hoje, do Público)


09h55 - O ministro Pedro Lynce declara que está "tranquilí­ssimo" quanto ao caso da filha de Martins Cruz

10h45 - O ministro Martins da Cruz anuncia que a sua filha já não vai ocupar a vaga na Universidade

11h00 - O deputado Marques Mendes, representante da bancada parlamentar do PSD informa que o ministro Pedro Lynce está disponí­vel para ir ao Parlamento (ainda hoje) para esclarecer o caso do alegado favorecimento

13h24 - O ministro Pedro Lynce apresenta a sua demissão mantendo que está de "consciência tranquila" mas que a a sua permanência no cargo poderia "prejudicar as reformas" em curso no sector

14h16 - O pedido de demissão do ministro da Ciência e do Ensino Superior, Pedro Lynce, foi aceite pelo primeiro-ministro, Durão Barroso, apesar deste realçar o "excepcional trabalho desenvolvido pelo ministro, as suas notáveis qualidades humanas e o alto sentido de dignidade com que tomou... a decisão de se demitir


AS PERGUNTAS:

1) Deveria Pedro Lynce ter-se demitido (quando estava "tranquilí­ssimo") só porque se levanta uma suspeita?

2) Deveria a filha de Martins Cruz ter desistido de ocupar a vaga, no caso de considerar que tudo decorrera de forma eticamente irrepreensí­vel?

3) Deveria o primeiro-ministro ter aceite a demissão de um seu ministro a quem só faz elogios?


A CONCLUSÃO:

Para quem responder a estas três perguntas com um categórico "não", a verdadeira suspeita sobre o que se terá passado só agora vai ter iní­cio...