Coragem, esperança, medo
Lê-se no Abrupto:
"Nem esperança , nem medo"... "Sem medo"... "a verdadeira coragem está no "sem esperança", ser capaz de não ter esperança, de viver sem esperança, aí sim é difícil (...)"
Coragem, esperança, medo... três palavras (e outros tantos conceitos) que bem servem à causa de uma nobre ideia: a de que não devemos traficar as convicções. O mesmo é dizer que, em matéria de conhecimento, nenhum desconforto psicológico ou espiritual poderá justificar um atentado à lucidez. Porque a mentira não é mais desculpável quando o mentiroso mente a si próprio. Outra coisa será a de admitir que o viver sem esperança é um acto corajoso. Tenho as minhas dúvidas. Por exemplo: aqueles para quem a verdade seja o principal valor-referência da sua vida, provavelmente precisariam de coragem para o contrário, isto é, para assumir uma esperança que não fosse racionalmente suportada. Por outro lado, é discutível que alguém viva completamente sem esperança. Em última análise, quem não a tenha, pode muito bem alimentar a ideia de vir a tê-la. Mas ainda que não redunde em verdadeiro acto de coragem, viver sem esperança é, seguramente, um viver mais exigente (ou mais penoso). Um caminho difícil, mas ainda não só possível como o mais indicado, sempre que de examinada convicção resulte.
"Nem esperança , nem medo"... "Sem medo"... "a verdadeira coragem está no "sem esperança", ser capaz de não ter esperança, de viver sem esperança, aí sim é difícil (...)"
Coragem, esperança, medo... três palavras (e outros tantos conceitos) que bem servem à causa de uma nobre ideia: a de que não devemos traficar as convicções. O mesmo é dizer que, em matéria de conhecimento, nenhum desconforto psicológico ou espiritual poderá justificar um atentado à lucidez. Porque a mentira não é mais desculpável quando o mentiroso mente a si próprio. Outra coisa será a de admitir que o viver sem esperança é um acto corajoso. Tenho as minhas dúvidas. Por exemplo: aqueles para quem a verdade seja o principal valor-referência da sua vida, provavelmente precisariam de coragem para o contrário, isto é, para assumir uma esperança que não fosse racionalmente suportada. Por outro lado, é discutível que alguém viva completamente sem esperança. Em última análise, quem não a tenha, pode muito bem alimentar a ideia de vir a tê-la. Mas ainda que não redunde em verdadeiro acto de coragem, viver sem esperança é, seguramente, um viver mais exigente (ou mais penoso). Um caminho difícil, mas ainda não só possível como o mais indicado, sempre que de examinada convicção resulte.
<< Home