Emoção & Teatralidade
(...) ter razão emocionado, esgrimir razões aos gritos, trocar argumentos com exaltação. A teatralidade que colocamos no que fazemos pode enganar um ou dois, dois ou três segundos, não engana todos o todo tempo (...)
jmf, in "Aquele VLX é um brincalhão" - Terras do Nunca - 11.02.2004
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Esta curiosa passagem pressupõe duas evidências que nem sempre nos surgirão como tal:
1) Pode-se discutir "a falta de boas maneiras" de alguém que fala aos gritos ou recorre a qualquer outra forma exaltada de comunicar os seus pontos de vista. Mas nem a sua eventual "má-educação" lhe retira a razão... se a tiver.
2) Pode-se inferir que a emoção, uma vez excedidos certos limites, perturba o próprio raciocínio do emocionado. Mas nem o próprio descontrolo emocional lhe retira a razão... se a tiver.
No plano da interlocução, haverá, contudo, alguma vantagem em distinguir duas situações igualmente possíveis:
a) A exaltação genuína de quem (sem querer) se emociona ao falar de certas coisas ou a esgrimir certos argumentos.
b) A exaltação fingida, meramente instrumental (a da teatralidade) de quem, com isso, pretende apenas "parecer" mais "convincente" ao seu interlocutor.
Claro que, por vezes, não será fácil descortinar se se trata de uma ou de outra exaltação e, em muitos casos, surgirão até misturadas. Mas do lado da recepção, do lado de quem tem que interpretar o que lhe está a ser dito, diria que talvez seja de boa prudência considerar sempre essas duas possibilidades, especialmente quando se trate de interlocutor mal conhecido ou pouco credível.
jmf, in "Aquele VLX é um brincalhão" - Terras do Nunca - 11.02.2004
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Esta curiosa passagem pressupõe duas evidências que nem sempre nos surgirão como tal:
1) Pode-se discutir "a falta de boas maneiras" de alguém que fala aos gritos ou recorre a qualquer outra forma exaltada de comunicar os seus pontos de vista. Mas nem a sua eventual "má-educação" lhe retira a razão... se a tiver.
2) Pode-se inferir que a emoção, uma vez excedidos certos limites, perturba o próprio raciocínio do emocionado. Mas nem o próprio descontrolo emocional lhe retira a razão... se a tiver.
No plano da interlocução, haverá, contudo, alguma vantagem em distinguir duas situações igualmente possíveis:
a) A exaltação genuína de quem (sem querer) se emociona ao falar de certas coisas ou a esgrimir certos argumentos.
b) A exaltação fingida, meramente instrumental (a da teatralidade) de quem, com isso, pretende apenas "parecer" mais "convincente" ao seu interlocutor.
Claro que, por vezes, não será fácil descortinar se se trata de uma ou de outra exaltação e, em muitos casos, surgirão até misturadas. Mas do lado da recepção, do lado de quem tem que interpretar o que lhe está a ser dito, diria que talvez seja de boa prudência considerar sempre essas duas possibilidades, especialmente quando se trate de interlocutor mal conhecido ou pouco credível.
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