06 julho 2005

Excerto de um livro não anunciado (245)

Do que fica dito pode depreender-se que resulta muito difícil, se não mesmo impossível, distinguir entre a boa e a má argumentação, com base num único critério, ou segundo regras fixas e pré-definidas. Desde logo porque uma tal distinção implica uma prévia escolha do plano em que a mesma deverá ter lugar. O que será uma boa argumentação? A mais eficaz ou a mais honesta? O desejável seria certamente que as duas coincidissem, mas como se sabe, nem sempre tal acontece, quer por incompetência argumentativa, quer por manipulação voluntária ou exigências próprias de certas situações-limite (*). Sobre a argumentação eficaz já vimos que ela se define pela adesão que obtém do auditório a que se dirige. Mas como caracterizar uma argumentação honesta?

(*) Em que se opta pela omissão ou pela mentira piedosa para evitar o choque de verdades brutais e desumanas.