13 outubro 2005

O argumento do ruído

O argumento que José Manuel Fernandes trouxe ontem (ontem/hoje) ao "Clube de Jornalistas" de que o Público não esclareceu atempadamente o "caso Fátima Felgueiras" por não querer acrescentar ruído em plena campanha eleitoral, tem toda a aparência de uma mal ensaiada justificação. Porque se a preocupação do Público era realmente essa, o que tinha a fazer era não publicar a própria notícia.

Sim porque não é sequer sustentável a ideia de que às portas das eleições (em 22/23 de Setembro), o director do Público ainda desconhecesse o impacto político-eleitoral que forçosamente iria causar a publicação de factos tão graves como "Fátima Felgueiras manteve, nos últimos meses, contactos com a cúpula do PS, que serviram para concertar as condições do regresso a Portugal, a par de algumas garantias recíprocas" e "esses contactos ocorreram desde finais de Maio e foram estabelecidos, pelo menos, com dois membros do Secretariado Nacional dos socialistas".

Logo foi precisamente a notícia do Público que causou o verdadeiro e mais do que previsível "ruído", o mesmo que o seu director veio agora dizer que não quis alimentar com a publicação do tão solicitado esclarecimento.


Obs- Já quanto à natureza do tão solicitado esclarecimento, considero que as declarações de JMF foram muito informativas, nomeadamente, quando explicitou as razões que suportam a credibilidade das respectivas fontes. Foi mesmo mais longe do que seria, talvez, de esperar, quando nos deu conta de que possui provas documentais que põem em crise algumas das afirmações de Fátima Felgueiras.