Excerto de um livro não anunciado (275)
Trata-se aqui, portanto, de descobrir se o orador está ou não a simular apenas um comportamento espontâneo, para fazer crer numa sinceridade que, de facto, não está presente no seu discurso. A tarefa, não sendo fácil, estará, contudo, ao alcance dos mais avisados, tanto mais que, segundo Goffman, “a arte de penetrar no esforço calculado de existir um comportamento não intencional por parte do indivíduo, parece mais desenvolvida do que a nossa capacidade de manipulação do comportamento próprio, de tal maneira que, seja qual for a fase alcançada pelo jogo de informação, a testemunha estará provavelmente em vantagem sobre o actor...” (*).
(*) Erwin Goffman, (1993), A Apresentação do eu na vida de todos os dias, Lisboa: Relógio D’Água, p. 19
(*) Erwin Goffman, (1993), A Apresentação do eu na vida de todos os dias, Lisboa: Relógio D’Água, p. 19
<< Home