Excerto de um livro não anunciado (276)
* Da persuasão retórica à persuasão hipnótica
A emoção na retórica
Apesar de ter identificado a nova retórica como teoria geral do discurso persuasivo “que visa ganhar a adesão, tanto intelectual como emotiva, de um auditório...” (*) e de nas suas principais obras - "Tratado da Argumentação", "O império retórico" e "Retóricas" - ter recorrido frequentemente a expressões tais como persuasão, discurso persuasivo, linguagem para persuadir e influenciar com a sua argumentação, Perelman nada ou quase nada nos diz sobre a persuasão. E contudo, é o próprio Perelman que reconhece a insuficiência da estrutura argumentativa quer para explicar quer para provocar a adesão do auditório: “quando se trata de argumentar, de influenciar, por meio do discurso, aumentar a intensidade de adesão de um auditório a certas teses, já não é possível menosprezar completamente, considerando-as irrelevantes, as condições psíquicas e sociais sem as quais a argumentação ficaria sem objecto ou sem efeito” (**). Não se trata pois de uma intencional ocultação dos factores “não intelectuais” sempre presentes no acto persuasivo e a que, de resto, alude logo nas primeiras páginas do seu Tratado da argumentação quando deixa bem claro que a adesão retórica é de natureza tanto intelectual como emotiva mas sim de uma opção pessoal que cedo anuncia e justifica: “nosso estudo, preocupando-se sobretudo com a estrutura da argumentação, não insistirá, portanto, na maneira pela qual se efectua a comunicação com o auditório” (***).
(*) Chaim Perelman, (1993), O império retórico, Porto: Edições ASA, p. 172
(**) Chaim Perelman, (1999), Tratado da Argumentação, S. Paulo: Martins Fontes, p. 16
(***) Ibidem, p. 6
A emoção na retórica
Apesar de ter identificado a nova retórica como teoria geral do discurso persuasivo “que visa ganhar a adesão, tanto intelectual como emotiva, de um auditório...” (*) e de nas suas principais obras - "Tratado da Argumentação", "O império retórico" e "Retóricas" - ter recorrido frequentemente a expressões tais como persuasão, discurso persuasivo, linguagem para persuadir e influenciar com a sua argumentação, Perelman nada ou quase nada nos diz sobre a persuasão. E contudo, é o próprio Perelman que reconhece a insuficiência da estrutura argumentativa quer para explicar quer para provocar a adesão do auditório: “quando se trata de argumentar, de influenciar, por meio do discurso, aumentar a intensidade de adesão de um auditório a certas teses, já não é possível menosprezar completamente, considerando-as irrelevantes, as condições psíquicas e sociais sem as quais a argumentação ficaria sem objecto ou sem efeito” (**). Não se trata pois de uma intencional ocultação dos factores “não intelectuais” sempre presentes no acto persuasivo e a que, de resto, alude logo nas primeiras páginas do seu Tratado da argumentação quando deixa bem claro que a adesão retórica é de natureza tanto intelectual como emotiva mas sim de uma opção pessoal que cedo anuncia e justifica: “nosso estudo, preocupando-se sobretudo com a estrutura da argumentação, não insistirá, portanto, na maneira pela qual se efectua a comunicação com o auditório” (***).
(*) Chaim Perelman, (1993), O império retórico, Porto: Edições ASA, p. 172
(**) Chaim Perelman, (1999), Tratado da Argumentação, S. Paulo: Martins Fontes, p. 16
(***) Ibidem, p. 6
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