19 outubro 2006

Um bom sinal

Ainda a propósito da rejeição do nome de Mário Gomes Dias para vice-Procurador da República, diz Manuel Azinhal:

parecia-me desde o princípio que o PGR Pinto Monteiro enfrentava um sério problema: entrava sozinho numa casa que não é a sua, sem conhecer o sítio e encarado pelos habitantes deste como um intruso que foi para ali mandado com a missão específica de os meter numa ordem definida de fora.

Perfeitamente de acordo. Mas é de supor que o novo Procurador Geral ignorasse tal problema quando indicou Mário Gomes Dias? Não o sendo, como se pode chegar à conclusão de que "a proposta de Pinto Monteiro foi desastrada"? Se o problema existia e era do conhecimento do Procurador Geral, não será mais plausível que tenha optado por enfrentá-lo, denunciando-o publicamente e desde já? Ao forçar a apresentação de um nome da sua inteira confiança, cuja possibilidade de rejeição "em Conselho" teria que ter representado, o Procurador Geral deu antes um inequívoco sinal ao Conselho Superior do Ministério Público (mas também ao país) de que será difícil de vergar. O que, atentas as suas altas funções, parece ser um bom sinal.