A cultura no palco do consumo
Da esquerda para a direita: representante do Corte Inglés, João Pereira Coutinho, Luis Carmelo e Manuel Fonseca (Editora Guerra e Paz)
Foi hoje ao cair da tarde, no Corte Inglés, de Gaia. João Pereira Coutinho na apresentação do mais recente livro de Luis Carmelo, "E Deus pegou-me pela cintura". Uma coisa bonita de se ver. Ainda não li o livro mas a apresentação de Coutinho foi, em si mesma, uma verdadeira peça literária. Com o brilho de sempre, falou bem, muito bem. Primeiro porque fala sempre bem, mesmo quando diz mal. Depois, porque admira o autor, de quem é, aliás, amigo. E por último, porque a dizer bem o levou o livro de Carmelo, que não se cansou de elogiar. O autor - que falou a seguir - não fugiu à circunstancial humildade de considerar que Coutinho fora excessivamente generoso. Saí de lá, porém, com a impressão de que Coutinho teve foi a perfeita noção de que não estava ali para criticar o livro de Carmelo mas sim para apresentá-lo. Não cometeu, por isso, o grosseiro erro de certos apresentadores de livros que em vez de enaltecerem os pontos fortes da obra ficam escrutinando página a página, frase a frase, à procura de um ponto que poderia ter sido mais desenvolvido mas não foi, de um sentido que o texto poderia ter mas não tem, enfim, de uma outra obra que o autor poderia ter escrito mas não escreveu. Ao invés, recorreu a preciosas citações para deixar clara a mestria literária com que Carmelo combinou memória e invenção neste seu décimo livro. Um livro que, anunciou Coutinho e confirmou o autor, se oferece a diferentes leituras que vão muito para além dele. Vim de lá com a ideia de que este novo romance de Carmelo acompanha o inquieto vaivém dos nossos dias feito de incursões mais ou menos efémeras, ora na ficção ora no real, e se possível, em ambos. Certo, certo, porém, é que fiquei com uma vontade enorme de me atirar à sua leitura. Não é a isto que se chama uma apresentação de livro bem sucedida?
Foi hoje ao cair da tarde, no Corte Inglés, de Gaia. João Pereira Coutinho na apresentação do mais recente livro de Luis Carmelo, "E Deus pegou-me pela cintura". Uma coisa bonita de se ver. Ainda não li o livro mas a apresentação de Coutinho foi, em si mesma, uma verdadeira peça literária. Com o brilho de sempre, falou bem, muito bem. Primeiro porque fala sempre bem, mesmo quando diz mal. Depois, porque admira o autor, de quem é, aliás, amigo. E por último, porque a dizer bem o levou o livro de Carmelo, que não se cansou de elogiar. O autor - que falou a seguir - não fugiu à circunstancial humildade de considerar que Coutinho fora excessivamente generoso. Saí de lá, porém, com a impressão de que Coutinho teve foi a perfeita noção de que não estava ali para criticar o livro de Carmelo mas sim para apresentá-lo. Não cometeu, por isso, o grosseiro erro de certos apresentadores de livros que em vez de enaltecerem os pontos fortes da obra ficam escrutinando página a página, frase a frase, à procura de um ponto que poderia ter sido mais desenvolvido mas não foi, de um sentido que o texto poderia ter mas não tem, enfim, de uma outra obra que o autor poderia ter escrito mas não escreveu. Ao invés, recorreu a preciosas citações para deixar clara a mestria literária com que Carmelo combinou memória e invenção neste seu décimo livro. Um livro que, anunciou Coutinho e confirmou o autor, se oferece a diferentes leituras que vão muito para além dele. Vim de lá com a ideia de que este novo romance de Carmelo acompanha o inquieto vaivém dos nossos dias feito de incursões mais ou menos efémeras, ora na ficção ora no real, e se possível, em ambos. Certo, certo, porém, é que fiquei com uma vontade enorme de me atirar à sua leitura. Não é a isto que se chama uma apresentação de livro bem sucedida?
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