09 maio 2007

Serviço de urgência

Ontem, pelas piores razões (doença de um familiar) pude ver com os meus próprios olhos como está a funcionar o serviço de urgência do Hospital Santos Silva, em V. N. Gaia. Que coisa mais inaudita. Edifício em obras, caminhos tortuosos, exiguidade de estacionamento para as ambulâncias, doentes que chegam e ficam à espera de um médico por mais de 6 h (como se estivessem numa fila para comprar algum bilhete de futebol), serviços provisoriamente instalados em verdadeiras barracas pré-fabricadas, enfim, uma "oferta" de cuidados de saúde, há que dizê-lo, de aspecto degradante.

Também fiquei a conhecer o critério de Manchester que "manda" atribuir a cada doente uma determinada cor em correspondência com o grau de gravidade ou urgência do seu estado de saúde (quer dizer, do seu estado de doença), a saber, vermelho, laranja, amarelo, verde e azul, por ordem descendente de importância, onde, por exemplo, o vermelho significa "emergente" e o azul "não urgente". Mas como e quem determina a cor de cada doente? É fácil, muito fácil: um enfermeiro faz-lhe algumas perguntas sobre o motivo que o leva ao serviço de urgência e após uma rápida observação atribui-lhe a cor que lhe corresponde, segundo o dito critério de Manchester.

Poderia interrogar-me sobre que raio de urgência médica será esta que fica dependente do primeiro parecer de um enfermeiro, mas não é a isso que me quero referir. O que agora mais quero dizer é que foi neste atribulado serviço de urgência que tive ontem a sorte de encontrar um médico ímpar, o Dr. António Santos Silva (chefe da equipa), inexcedível de atenção, de bom-senso e, sobretudo, de humanidade. Bem haja, Dr. António Santos Silva.