16 novembro 2008

Que filme


Fernanda Câncio traz as manifestações dos professores à sua crónica de hoje, na Notícias Magazine, a partir de uma interessante (e interessada) análise ao filme "A Turma" - Prémio Palma de Ouro do Festival de Cannes. Curiosamente, das manifestações de professores nada nos diz. Do filme, sim, espraia-se por algumas das mais "incómodas" questões que o mesmo levanta: a autoridade do professor, a escolha das matérias, a própria necessidade de aprender. E constata que "há uma parede ali". Ali, onde? Na escola. Na "escola pública, aberta, solidária, inclusiva, que não pode falhar porque é o melhor que temos, a garantia da coesão e da justiça". Será necessário, porém, ler a crónica até ao fim, para se compreender a particular teleologia que a rege e que, precisamente, só na última frase se cumpre. Escreve Fernanda Câncio: "Dificilmente fazer dela [escola] o campo de uma batalha sem tréguas entre professores e governo servirá esse objectivo, o único que conta, o mais importante de uma democracia". Plenamente de acordo. Mas sendo assim, porque insiste o Governo nessa batalha sem tréguas? Que filme.