Furacão no Expresso
No Suplemento de Economia do Expresso desta semana, Nicolau Santos abre a sua crónica (pág. 07) com uma excelente tirada metafórica:"Não é fácil, quando se está no meio de um furacão, acreditar que, por mais violento que seja, vai acabar por passar". Crente, como sou, logo creditei a Nicolau todo o engenho e autoria desta forma de ver a actual tempestade financeira. O problema é que, mais à frente, como se pode conferir na pág. 23 do mesmo suplemento, aparece António Borges a dizer praticamente o mesmo e em idêntico registo: "Quando se está no centro do furacão, é natural que se perca a lucidez". E lá tive que dar um passo atrás, para suspender o crédito que na minha boa-fé a Nicolau atribuira.
Objectivamente fico na dúvida quanto à autoria ou mera precedência na escolha do recurso estilístico em questão. Mas o facto de Nicolau Santos ser o Director-Adjunto do Expresso confere-lhe a possibilidade de ler os restantes artigos de opinião antes de elaborar o seu, possibilidade que não enjeita e, aliás, confessa quando escreve "Como diz Daniel Bessa nesta edição". No que faz muito bem.
Já não faria muito bem se "roubasse" as ideias e/ou expressões mais persuasivas desses textos a que só por força das suas funções no jornal tem acesso privilegiado. Ora se afastarmos a hipótese da mera coincidência (apesar de tudo, não negligenciável) temos que é Nicolau Santos quem pode ter sido "influenciado" pelo artigo de António Borges e não o contrário pois, em princípio, este último terá conhecido a crónica do Director-Adjunto somente após a sua publicação. Se a suspeita se confirma, ao "Como diz Daniel Bessa nesta edição" deveria Nicolau ter igualmente acrescentado: "Como diz António Borges nesta edição". E seria menos um habitual leitor a reclamar.
PS.-O bold nas citações é meu.
Objectivamente fico na dúvida quanto à autoria ou mera precedência na escolha do recurso estilístico em questão. Mas o facto de Nicolau Santos ser o Director-Adjunto do Expresso confere-lhe a possibilidade de ler os restantes artigos de opinião antes de elaborar o seu, possibilidade que não enjeita e, aliás, confessa quando escreve "Como diz Daniel Bessa nesta edição". No que faz muito bem.
Já não faria muito bem se "roubasse" as ideias e/ou expressões mais persuasivas desses textos a que só por força das suas funções no jornal tem acesso privilegiado. Ora se afastarmos a hipótese da mera coincidência (apesar de tudo, não negligenciável) temos que é Nicolau Santos quem pode ter sido "influenciado" pelo artigo de António Borges e não o contrário pois, em princípio, este último terá conhecido a crónica do Director-Adjunto somente após a sua publicação. Se a suspeita se confirma, ao "Como diz Daniel Bessa nesta edição" deveria Nicolau ter igualmente acrescentado: "Como diz António Borges nesta edição". E seria menos um habitual leitor a reclamar.
PS.-O bold nas citações é meu.
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