Excertos de um livro não anunciado (34)
(...) Nos capítulos XVIII a XXV do Livro II da Retórica, Aristóteles refere os tópicos ou lugares comuns que podem ser muito úteis ao orador em qualquer dos três tipos de oratória já definidos. Para ele, os principais recursos lógicos de que se pode valer um orador para persuadir são o exemplo e o entimema, que correspondem à indução e à dedução, respectivamente. A indução costuma implicar uma certa passagem do particular ao geral, da parte para o todo. Porém, no exemplo, considerado como uma espécie de indução retórica, não se vai da parte para o todo, como na indução propriamente dita, nem do todo para a parte como na dedução, mas sim, de uma parte a outra parte, do semelhante para o semelhante e tem lugar quando os dois casos pertencem ao mesmo género, mas um é mais conhecido que outro. Seria como dizer que Dionísio, ao pedir uma escolta, aspira à tirania, só porque antes, também Pisístrato pedira uma escolta com essa intenção e depois de a obter, fez-se um tirano, aliás, como sucedera com outros, quando – diz Aristóteles – não se sabe ainda se é por isso que ele pede a escolta *(...)
Aristóteles, (1998), Retórica, Madrid: Alianza Editorial, p. 61
Aristóteles, (1998), Retórica, Madrid: Alianza Editorial, p. 61
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