25 setembro 2003

Excertos de um livro não anunciado (81)

(...) O renascimento do interesse pela retórica muito deve à chamada "Escola de Bruxelas" *, onde - não obstante as diferentes perspectivas de análise - três dos seus maiores representantes, Dupréel, Perelman e Meyer, convergiam num ponto fundamental: a crítica ao racionalismo clássico. É justamente a partir dessa ruptura com uma razão necessária, evidente e universal que Perelman vai elaborar a “filosofia do razoável” com que, epistemológica e eticamente, recobre a sua nova retórica, propondo um novo conceito de racionalidade extensivo ao raciocínio prático, mais compatível com a vivência pluralista e a liberdade humana do que o consentiria a respectiva noção cartesiana de conhecimento. (...)

* Grácio, R., (1993), Racionalidade argumentativa, Porto: Edições ASA, p. 14