19 novembro 2003

O Doutor A. M. Baptista e a falta de (pa)ciência

Com a devida vénia transcrevo parte do excelente post "Ainda guerras da "ciência"? assinado pelo Porfírio Silva no seu Turing Machine:

"Requentadas, continuam entre nós as "guerras da ciência". Dois protagonistas maiores: Boaventura Sousa Santos (BSS) e António Manuel Baptista (AMB). O último julga ter por missão defender a ciência das teorias sociológicas do primeiro. BSS tem uma certa tendência para pensar que a ciência é literatura. De há uns tempos para cá que ando com vontade de atacar a retórica de BSS, mas AMB não deixa espaço nenhum: porque é um provocador, um praticante do estilo panfletário que julga ser seu dever defender a santidade da ciência. Assusto-me só de pensar que, criticando BSS, possa parecer que defendo AMB."

Confesso que muito me identifico com esta maneira de ver (e pensar) a já famosa controvérsia "Guerra das ciencias", que, como se sabe, é protagonizada, na sua versão nacional, por Boaventura Sousa Santos e António Manuel Baptista. O debate permanece em aberto pelo que não faltarão ocasiões de voltar ao assunto. Mas há, desde já, dois pontos que gostava de assinalar:

1º. Registo com muito agrado a isenção analítica que Porfírio Silva evidencia no seu post.

2º. Duvido que A. M. Baptista esteja, realmente, a prestar um bom serviço à divulgação da ciência com a belicosa e persecutória reacção pessoal que vem dispensando a BSS.

Enfim, talvez já não haja paciência para as diatribes do Doutor A. M. Baptista. Mas o que está em discussão vai muito para além disso. Fico, pois, a aguardar que o Porfírio resolva um destes dias "atacar a retórica de BSS" como é a sua anunciada vontade. Pode contar com mais um leitor.