28 março 2006

Jornalismo fraudulento

Luis Salgado de Matos denuncia hoje, na sua crónica do Público, a subversão noticiosa a que se dedicam as chamadas "agências de comunicação social":

"Estas agências recebem dinheiro de institutos pú­blicos e empresas privadas para colocarem nos jornais notícias-favoráveis aos pa­gantes e evitarem as críti­cas. A pedido da agência, o jornal publica notícias revelando a extraordinária actividade do gestor públi­co Sicrano, ou a espantosa eficácia da empresa Chispêteó"

"É um mistério sem ser um milagre que a imprensa 'se preste a publicar estas notí­cias a rogo, deixando que outros vendam às ocultas o seu espaço e prestígio, pois, sendo séria, ela própria lança dúvidas sobre a sua seriedade. (...) Mesmo que este esquema seja um serviço público desconhecido, há um problema: o esquema é escondido ao leitor. O leitor lê uma notícia a rogo, julga ler o jornal dos jornalistas e, sem o saber, lê a publicidade oculta de um instituto público ou de uma em­presa privada.

Ainda se poderá chamar de jornalismo a uma coisa destas?