01 maio 2006

Estrela da manhã

Neste pachorrento feriado, deparei ao final da manhã com a doutora Edite Estrela, na TVI, a puxar o brilho ao feminismo, anunciando que já há estudos lá fora - na Alemanha, se bem me recordo - que demonstram que as empresas onde o responsável máximo é uma mulher são as que obtêm mais rendimento.

Creio, no entanto, que a legítima afirmação da mulher não deveria passar por estas habilidades argumentativas: primeiro, procura-se ilustrar "a tese que interessa" atirando para o ar estudos ou estatísticas sem a menor referência ou identificação (autoridade anónima); depois atribui-se às conclusões de tais estudos um carácter probatório que, de todo, não possuem ou, pelo menos, não é líquido que possuam (generalização precipitada). Além do mais, porque o facto das melhores empresas serem geridas pelas mulheres não afasta, por si só, a possibilidade de tal acontecer também com as piores...

Foi o que fez, esta manhã, a doutora Edite Estrela e, sim, não me parece que essa seja a maneira mais credível de persuadir à causa que defende.