25 agosto 2006

O homem de palha (espantalho)

A falácia do homem de palha é um dos pecadilhos mais frequentes no domínio da interacção comunicativa e consiste, basicamente, em deturpar as idéias do oponente (enfraquecendo-as) para, de seguida, passar a atacá-las de forma demolidora. É uma técnica de argumentar para o "show" e para a confusão, fazendo erradamente crer que os verdadeiros argumentos do oponente foram rebatidos. Um artifício, ao fim e ao cabo, para ocultar ou fazer distrair da realidade e que, muito provavelmente, deve o seu nome a uma certa analogia funcional que mantém com os famosos espantalhos - bonecos de palha (e trapos) imitando pessoas reais - que eram colocados nos campos para afugentar as aves, das sementeiras, das árvores e das vinhas. Como tantas vezes terá acontecido em Macinhata de Seixo, pequena localidade de Oliveira de Azeméis outrora muito ligada ao cultivo da cereja e onde anualmente se repete a exposição “Macinhata Espanta”. Foi uma parte desta exposição, que valeu à freguesia a "entrada para o Livro Guinness World Records no ano de 2000, pelo total de 1113 espantalhos patentes em exposição" que, por mero acaso, encontrei há dias nas galerias do Centro Comercial Carrefour, em Gaia. Divertidíssima. Por sorte, levava a “digital” comigo. Digam lá se estes espantalhos não são um espanto? Cheios de palha mas sem falácias…