13 setembro 2006

Retórica e Ensaísmo

Carlos Scolari e o meu amigo Hugo Pardo, do digitalismo.com, iniciaram uma série de posts dedicados à Epistemologia da Comunicação, onde tudo leva a crer que o chamado ensaísmo comunicacional virá a ser "imolado". É, pelo menos, o que sugere o modo como Scolari parece "colar-se", desde já, às citações que nos traz:

El argentino Roberto Follari (...) va mucho más allá y habla de una “literaturización de las ciencias sociales” caracterizada por la “proliferación generalizada de la retórica por sobre el análisis empírico, y de la libre reflexión por sobre las constricciones y exigencias de las teorías científicas”.

Orozo Gómez pega duro: según este investigador mexicano los estudios latinoamericanos adolecen de una falta de base empírica que, en términos de producción textual, deriva en lo que él denomina "ensayismo sustituyente". Al no realizarse suficientes investigaciones de campo, los papers se terminan llenando con literatura.

Si bien el ensayo es un género respetable (desde Freud hasta Barthes lo usaron con maestría para difundir sus teorías), cuando se convierte en una forma hegemónica -según [Wilson] Gomes las tesis, disertaciones, papers y artículos han sido invadidos por la uniformidad del estilo ensayístico- algo no está funcionando.

É um tema (e um temor) particularmente interessante este da "proliferación generalizada de la retórica por sobre el análisis empírico". Funda-se o preconceito - porque de tal se trata - em dois equívocos: o primeiro, tem a ver com a falsa ideia de que o ensaio se caracteriza por uma liberdade especulativa sem freio; o segundo, consiste em tomar o "trabalho de campo" como método e critério de qualidade da própria investigação. Como que o ensaio alguma vez pudesse fugir ao público e racional controlo dos seus destinatários. Como que a "análise empírica" não exigisse sempre uma retórica da cientificidade. Carlos Scolari promete uns "aportes personales" lá mais para diante. Fico curioso e vou acompanhar. Por agora, limito-me a constatar que a crítica do ensaismo, ao ensaismo, afinal, teve que recorrer...