15 março 2007

Armadilha na cidade


Os afazeres da vida levaram-me a passar a tarde de hoje metido num dos anfiteatros do Hotel Meliá-Ria, em Aveiro. Não pude, por isso, à chegada, ficar indiferente ao meio envolvente desta unidade hoteleira de luxo: um oásis em pleno coração urbano, com as límpidas águas da ria abraçadas por espaços verdes sem fim. A visão, de tão soberba, mais parecia retirada de algum quadro. Quer dizer, pareceria se aquela espécie de ponte metálica, tosca até dizer "chega" e incrivelmente degradada que vemos ali no canto inferior direito da foto acima não estivesse lá a borrar a pintura toda. Primeira reacção: como é que quem tem voto na matéria pode conviver impávido e sereno com tão manifesta e desleixada agressão estética?



À medida que me fui aproximando, porém, o desagrado deu lugar ao espanto, pois dei-me conta de que, para além de se encontrar perigosamente carcomida pela ferrugem, a dita ponte metálica tem ainda, mais ou menos a meio, dois grandes buracos cuja existência não lembraria nem ao diabo.



Aqui estão os inacreditáveis buracos, verdadeira armadilha quer para as crianças quer para os adultos que passem pelo local. Conviria pois que as digníssimas autoridades da segurança urbana se dessem conta do perigo público que esta "ponte" representa, muito antes de surgir a primeira vítima ou tragédia. Será que Pedro Santos Cardoso, distinto aveirense, pode fazer chegar este alerta a quem de direito?