O "spot" manipulador
"Mãe de Madeleine confessa emocionada que não matou a sua filha"
Este é o "spot" que a Rádio Comercial tem estado a transmitir hoje, pelo menos entre as 19h15 e as 23h30 (que foi o período em que eu próprio repetidamente o escutei). Parece que se trata da promoção de uma entrevista concedida à revista Lux mas não é isso que agora mais interessa. O que interessa é a ostensiva manipulação do anúncio quando classifica como confissão o que não é confissão. No plano em apreço, a confissão só poderia ser uma declaração ou admissão de erros ou culpas e o que a senhora Kate McCann afirmou, segundo o próprio anúncio, foi justamente o contrário. A confissão está ligada ao que se faz (e que não deveria ter sido feito). Se nada se fez, nada há para confessar. Logo, se Kate McCann (diz que) não matou a filha também nada tem para confessar. A necessidade de vender a revista terá, porém, falado mais alto, levando o responsável pelo "spot" a torcer o sentido das palavras só para simular uma realidade que não existe: a confissão. Será que o leitor (ou ouvinte) não merece um pouco mais de respeito?
Este é o "spot" que a Rádio Comercial tem estado a transmitir hoje, pelo menos entre as 19h15 e as 23h30 (que foi o período em que eu próprio repetidamente o escutei). Parece que se trata da promoção de uma entrevista concedida à revista Lux mas não é isso que agora mais interessa. O que interessa é a ostensiva manipulação do anúncio quando classifica como confissão o que não é confissão. No plano em apreço, a confissão só poderia ser uma declaração ou admissão de erros ou culpas e o que a senhora Kate McCann afirmou, segundo o próprio anúncio, foi justamente o contrário. A confissão está ligada ao que se faz (e que não deveria ter sido feito). Se nada se fez, nada há para confessar. Logo, se Kate McCann (diz que) não matou a filha também nada tem para confessar. A necessidade de vender a revista terá, porém, falado mais alto, levando o responsável pelo "spot" a torcer o sentido das palavras só para simular uma realidade que não existe: a confissão. Será que o leitor (ou ouvinte) não merece um pouco mais de respeito?
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