Com a verdade me enganas?
Em ocasional digressão pelo You Tube, chamou-me a atenção a retórica advertência deste "comercial" ou anúncio:
"É possível contar um monte de mentiras, dizendo só a verdade"
A manipulação pela palavra, assente em ardilosas técnicas de enganar o próximo, dificilmente sobreviveria através dos tempos, como tem sobrevivido, se se valesse apenas de falsidades. Porque falsidades há que, de tão óbvias, nunca escapariam à atenção da mais desprevenida vítima. Daí que, não poucas vezes, o manipulador recorra às chamadas meias-verdades. Reduz assim o risco de ser desmascarado e, mesmo no caso de vir a ser descoberto, fica sempre com maior margem para engendrar uma qualquer escapatória. Basta-lhe, por exemplo, embrulhar a real intenção dolosa em mero acidente de discurso: distracção, confusão interpretativa ou até mesmo o desculpável erro. Mas as meias-verdades deixam ainda metade da manipulação à mostra. O ideal será, por isso, manipular com a própria verdade, à custa da credulidade natural das potenciais vítimas.
O vídeo acima é um bom exemplo de como se pode mentir sem faltar à verdade, lembrando apenas os feitos positivos de quem foi, afinal, responsável pelos maiores crimes contra a Humanidade. E é essa possibilidade de uma manipulação com a própria verdade, de uma manipulação-limite, chamemos-lhe assim, que serve à risca o verdadeiro objectivo do anúncio, ao alertar para a necessidade de se tomar muito cuidado com a informação e o jornal que se lê. Preparado fica, então, o final para receber esta rara eloquência publicitária:
"Folha de S. Paulo: o jornal que mais se compra e que nunca se vende"
"É possível contar um monte de mentiras, dizendo só a verdade"
A manipulação pela palavra, assente em ardilosas técnicas de enganar o próximo, dificilmente sobreviveria através dos tempos, como tem sobrevivido, se se valesse apenas de falsidades. Porque falsidades há que, de tão óbvias, nunca escapariam à atenção da mais desprevenida vítima. Daí que, não poucas vezes, o manipulador recorra às chamadas meias-verdades. Reduz assim o risco de ser desmascarado e, mesmo no caso de vir a ser descoberto, fica sempre com maior margem para engendrar uma qualquer escapatória. Basta-lhe, por exemplo, embrulhar a real intenção dolosa em mero acidente de discurso: distracção, confusão interpretativa ou até mesmo o desculpável erro. Mas as meias-verdades deixam ainda metade da manipulação à mostra. O ideal será, por isso, manipular com a própria verdade, à custa da credulidade natural das potenciais vítimas.
O vídeo acima é um bom exemplo de como se pode mentir sem faltar à verdade, lembrando apenas os feitos positivos de quem foi, afinal, responsável pelos maiores crimes contra a Humanidade. E é essa possibilidade de uma manipulação com a própria verdade, de uma manipulação-limite, chamemos-lhe assim, que serve à risca o verdadeiro objectivo do anúncio, ao alertar para a necessidade de se tomar muito cuidado com a informação e o jornal que se lê. Preparado fica, então, o final para receber esta rara eloquência publicitária:
"Folha de S. Paulo: o jornal que mais se compra e que nunca se vende"
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