Excertos de um livro não anunciado (26)
(...) Um outro conjunto de premissas para possíveis entimemas referem-se a quem é provável que cometa injustiça e quem é provável que a sofra. Assim, diz-nos que quem pode facilmente cometer injustiça são os que pensam que sairão dela impunes, porque ficarão ocultos ou porque conseguirão esquivar-se do castigo graças a determinadas influências, como acontece, por exemplo, com aqueles que “são amigos das vítimas dos seus delitos ou dos juizes, porque os amigos não se previnem contra as injustiças e preferem chegar a um acordo antes de recorrer aos tribunais, enquanto que os juizes favorecem os seus amigos, absolvendo-os ou impondo-lhes castigos leves” *. Quanto aos que considera que facilmente podem ser vítimas de injustiça, são os que não têm amigos, os estrangeiros e os trabalhadores. (...)
* Aristóteles, (1988), Retórica, Madrid: Alianza Editorial, p. 117
* Aristóteles, (1988), Retórica, Madrid: Alianza Editorial, p. 117
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