19 julho 2004

A olhar para o palácio

Ontem fui ao Palácio do Freixo, em Campanhã, ali mesmo onde a cidade do Porto se fina e começa a belíssima estrada marginal para Entre-os-Rios. Fui para apreciar a exposição sobre o holocausto que lá decorre de 16 a 31 de Julho (e de que falarei, talvez, noutra altura) mas também para, no melhor dos sentidos, "olhar para o palácio", um palácio que, tendo o peculiar traço de Nicolau Nasoni, é, como se sabe, dos mais fiéis testemunhos da arquitectura solarenga portuense do século XVIII (1750) e, em geral, do barroco português. Deslumbrante a panorâmica a partir dos seus jardins e miradouros, agora que se encontra totalmente restaurado. Soberba a sua implantação senhorial sobre a margem direita do Rio Douro. Aqui ficam duas imagens que reflectem ainda o abandono a que por tempos e tempos esteve votado e também esta brevíssima apresentação histórica. Observe-se ainda a magnífica fachada principal do palácio. Mas, sobretudo, passemos ao seu interior, para nos extasiarmos com a imponência do Salão Nobre: a denominada "Sala dos Espelhos". Venham, venham, por favor... é por aqui. Confessem lá: não justifica uma visita?


À atenção da nova Ministra da Cultura:
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É escandaloso que apesar de há muito concluídas as obras de restauro (e à excepção dos quinze dias previstos para a actual exposição), este monumento nacional permaneça encerrado ao público e sem qualquer tipo de utilização. Tanto dinheiro gasto para nada. Isto tem um nome: gestão ruinosa. Só não se conhecem os responsáveis. Perante exemplos destes, ainda será de estranhar que o cidadão anónimo acredite cada vez menos em eleições?