Pobre democracia
O Jornal de Notícias de hoje, traz aquela que é talvez a melhor ilustração de como decorrem habitualmente as campanhas eleitorais no interior de um partido político. Refiro-me, claro está, ao eloquente "cartoon" de Luis Lázaro que, embora caricaturando a actual situação do PS, serve também para retratar o que, em ocasiões análogas, igualmente se passa tanto no PSD como nos restantes partidos.
De facto, a luta política no interior de um partido para escolha do respectivo líder, em nada ou quase nada difere da que é habitualmente travada no seu exterior, contra os restantes partidos: as mesmas insinuações de aparelhismo e instrumentalização, as mesmas denúncias de caciquismo ou suspeitas conivências, as mesmas acusações de incompetência e falta de seriedade política. De preferência na praça pública, que é onde a mais pequena denúncia, por via de regra, recebe a desejada amplificação.
Mas não é tanto isto que impressiona, principalmente, quando corresponda à realidade. O que impressiona é o que, por sistema, acontece a partir do dia em que o líder do partido é eleito. Aí, todas as acusações mútuas se calam, desvalorizam-se as mais graves "troca de galhardetes" e tudo se desculpa com o "calor" da campanha eleitoral. Agora já só há olhos, de novo, para o que se passa fora do partido. Em nome da tão proclamada unidade, os "irmãos" temporariamente desavindos, voltam a dar as mãos para atacar as outras forças políticas, no governo ou na oposição. E as "munições" argumentativas são as de sempre: acusações de desvios à direita ou à esquerda, de radicalismo, de falta de conhecimentos, de inexperiência, de seriedade, de bom senso, enfim, falta de tudo.
Em linguagem bélica se poderia dizer que o que interessa agora é disparar, disparar, disparar e causar o maior número de baixas no "inimigo". Se nesse tiroteio vier a ser atingida alguma vítima inocente, isso logo se verá. É secundário. O que é urgente é conquistar o poder. Para trás, muito para trás, ficaram as desconfianças inter-pares que tinham vindo ao de cima durante a campanha para eleger o líder do partido. É tempo, finalmente, de dirigir aos outros as mesmas acusações de incúria, incapacidade, cegueira política, imoralidade e tantas outras que, ainda há bem pouco, se destinavam ao interior do próprio partido. E tudo isto, sem remorso, nem vergonha. Pobre democracia.
De facto, a luta política no interior de um partido para escolha do respectivo líder, em nada ou quase nada difere da que é habitualmente travada no seu exterior, contra os restantes partidos: as mesmas insinuações de aparelhismo e instrumentalização, as mesmas denúncias de caciquismo ou suspeitas conivências, as mesmas acusações de incompetência e falta de seriedade política. De preferência na praça pública, que é onde a mais pequena denúncia, por via de regra, recebe a desejada amplificação.
Mas não é tanto isto que impressiona, principalmente, quando corresponda à realidade. O que impressiona é o que, por sistema, acontece a partir do dia em que o líder do partido é eleito. Aí, todas as acusações mútuas se calam, desvalorizam-se as mais graves "troca de galhardetes" e tudo se desculpa com o "calor" da campanha eleitoral. Agora já só há olhos, de novo, para o que se passa fora do partido. Em nome da tão proclamada unidade, os "irmãos" temporariamente desavindos, voltam a dar as mãos para atacar as outras forças políticas, no governo ou na oposição. E as "munições" argumentativas são as de sempre: acusações de desvios à direita ou à esquerda, de radicalismo, de falta de conhecimentos, de inexperiência, de seriedade, de bom senso, enfim, falta de tudo.
Em linguagem bélica se poderia dizer que o que interessa agora é disparar, disparar, disparar e causar o maior número de baixas no "inimigo". Se nesse tiroteio vier a ser atingida alguma vítima inocente, isso logo se verá. É secundário. O que é urgente é conquistar o poder. Para trás, muito para trás, ficaram as desconfianças inter-pares que tinham vindo ao de cima durante a campanha para eleger o líder do partido. É tempo, finalmente, de dirigir aos outros as mesmas acusações de incúria, incapacidade, cegueira política, imoralidade e tantas outras que, ainda há bem pouco, se destinavam ao interior do próprio partido. E tudo isto, sem remorso, nem vergonha. Pobre democracia.
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