O que somos e o que queremos?
"Parece que o reducionismo esquerda-direita está para ficar. Que pena"... escrevia eu há um ano atrás (24.06.2003), logo no segundo dia de vida deste blogue e no meu terceiro post. Hoje vejo Pacheco Pereira puxar o assunto para título da sua crónica semanal no Público onde afirma, preto no branco, que a distinção Esquerda/Direita "tem cada vez memos sentido e gera mais confusões do que clareza".
E de facto, como pode uma divisão tão simplista representar adequadamente a complexa realidade sócio-política dos nossos dias, onde, como se sabe, apesar da cada vez maior homogeneidade ideológica, são várias as esquerdas sob a bandeira da "esquerda" e várias as direitas sob a bandeira da "direita", para já não falar das direitas mais à direita ou mais à esquerda e das esquerdas mais à esquerda ou mais à direita?
Na sua crónica de hoje, Pacheco Pereira tem, além do mais, o mérito de historiar as principais razões que nos levaram a este "simplismo classificatório" que, em seu entender, faz com que continuemos hoje "a falar da esquerda e da direita como se tal dissesse alguma coisa sobre o que somos e o que queremos".
Aqui, porém, permita-me o ilustre comentador alguma reserva. Será que falar da esquerda e da direita não dirá mesmo nada "sobre o que somos e o que queremos"? É indiferente apresentar-me como homem de esquerda ou de direita? Creio que não e receio até que ignorar completamente a distinção esquerda/direita seja incorrer num erro tão ou mais grosseiro do que transformar a distinção, como tantas vezes se faz, em mero rótulo ou carimbo. Vou, por isso, aguardar com muito interesse a prometida continuação do tema.
E de facto, como pode uma divisão tão simplista representar adequadamente a complexa realidade sócio-política dos nossos dias, onde, como se sabe, apesar da cada vez maior homogeneidade ideológica, são várias as esquerdas sob a bandeira da "esquerda" e várias as direitas sob a bandeira da "direita", para já não falar das direitas mais à direita ou mais à esquerda e das esquerdas mais à esquerda ou mais à direita?
Na sua crónica de hoje, Pacheco Pereira tem, além do mais, o mérito de historiar as principais razões que nos levaram a este "simplismo classificatório" que, em seu entender, faz com que continuemos hoje "a falar da esquerda e da direita como se tal dissesse alguma coisa sobre o que somos e o que queremos".
Aqui, porém, permita-me o ilustre comentador alguma reserva. Será que falar da esquerda e da direita não dirá mesmo nada "sobre o que somos e o que queremos"? É indiferente apresentar-me como homem de esquerda ou de direita? Creio que não e receio até que ignorar completamente a distinção esquerda/direita seja incorrer num erro tão ou mais grosseiro do que transformar a distinção, como tantas vezes se faz, em mero rótulo ou carimbo. Vou, por isso, aguardar com muito interesse a prometida continuação do tema.
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