Freitas salva a sua pele
Será que o membro de um governo tem o direito de PENSAR sobre o Tratado Constitucional Europeu de maneira diferente (para não dizer contrária) daquela que é a posição oficial do seu governo? É claro que tem.
Será que o membro de um governo deve EXPRESSAR publicamente uma opinião pessoal sobre o Tratado Constitucional Europeu diferente (para não dizer contrária) da posição oficial do seu governo? É claro que não deve.
O Governo é um órgão colectivo, com vocação e exigências próprias, que não coincidem exactamente com a vocação e as exigências pessoais de cada um dos seus membros. Por isso se dirá que ao fazer estas declarações, Freitas como que se "demitiu" do Governo por alguns minutos, os suficientes para substituir o exercício político do seu alto cargo por uma avulsa e despropositada prática confessional ("a minha posição pessoal é concluir que este tratado não é viável").
A ideia que fica é a de que quis apenas "salvar a pele", no que respeita à mais actual questão europeia. Porque se as coisas vierem a correr para o torto (a manter-se o referendo), este seu atempado desabafo funcionará como uma "vacina", que lhe assegurará a imunidade às críticas. Do ponto de vista pessoal, pode então dizer-se que jogou uma boa cartada. Só falta ver como vai reagir Sócrates a esta "independência freitista".
Não queria estar no seu lugar. Porque se lhe puser côbro, estará a atentar contra a liberdade de expressão; se nada fizer, arrisca-se a que, a partir de agora, cada um dos seus ministros venha à praça pública "demarcar-se" da posição oficial do governo, só porque tem uma opinião pessoal diferente. E isso, nenhum Primeiro-Ministro merece.
Será que o membro de um governo deve EXPRESSAR publicamente uma opinião pessoal sobre o Tratado Constitucional Europeu diferente (para não dizer contrária) da posição oficial do seu governo? É claro que não deve.
O Governo é um órgão colectivo, com vocação e exigências próprias, que não coincidem exactamente com a vocação e as exigências pessoais de cada um dos seus membros. Por isso se dirá que ao fazer estas declarações, Freitas como que se "demitiu" do Governo por alguns minutos, os suficientes para substituir o exercício político do seu alto cargo por uma avulsa e despropositada prática confessional ("a minha posição pessoal é concluir que este tratado não é viável").
A ideia que fica é a de que quis apenas "salvar a pele", no que respeita à mais actual questão europeia. Porque se as coisas vierem a correr para o torto (a manter-se o referendo), este seu atempado desabafo funcionará como uma "vacina", que lhe assegurará a imunidade às críticas. Do ponto de vista pessoal, pode então dizer-se que jogou uma boa cartada. Só falta ver como vai reagir Sócrates a esta "independência freitista".
Não queria estar no seu lugar. Porque se lhe puser côbro, estará a atentar contra a liberdade de expressão; se nada fizer, arrisca-se a que, a partir de agora, cada um dos seus ministros venha à praça pública "demarcar-se" da posição oficial do governo, só porque tem uma opinião pessoal diferente. E isso, nenhum Primeiro-Ministro merece.
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