A estratégia anti-terrorista
A mim não me choca chamar guerra a um conflito que tem as caracaterísticas de ser global (…) que tem objectivos "não negociáveis" por incompatibilidade de visões do mundo culturais e civilizacionais. Acima de tudo não compreendo por que razão um terrorismo apocalíptico, que tenta por todos os meios ter as armas mais pesadas, nucleares, químicas e bacteriológicas, para garantir o seu Armagedão sacrificial, que tem como objectivo a guerra total,ou seja, a aniquilação de milhões dos seus adversários, haja os meios para isso, não tem de ser combatido com tudo o que tenho à mão: tropas, polícias, agentes de informações, à dentada diria um velho inglês da Home Guard, daqueles que esperava a invasão da sua ilha e achava que sempre podia levar um "boche" consigo"
Pacheco Pereira, Público, 14 Julho 2005
1.
Como se pode ver acima, em matéria de combate ao terrorismo, Pacheco Pereira não faz concessões. É guerra, é guerra. O que é preciso é liquidar o inimigo. Tudo se resume a um muito primário "nós e eles" . Já não interessam as causas, muito menos as razões "deles". Apenas as nossas que, de tão evidentemente nossas se confundem com o nosso próprio pensar e sentir. E é em nome delas (e da sua aparente universalidade) que devemos lutar contra todas as ameaças e contra o terrorismo, em particular. No fundo, é o confronto entre a “nossa” racionalidade e a irracionalidade “deles”. Às armas, portanto, que o nosso comentador não hesita em traçar o caminho: “o combate frontal e directo”.
2.
Ninguém contesta a legitimidade de uma resposta militar ao terrorismo apocalíptico em curso. Mas afirmar que este terrorismo tem que “ser combatido com tudo o que tenho à mão” (faz até lembrar o espírito da intifada), ou que esse combate deve ser frontal e directo como manda a tradição ou ainda que em tempo de guerra corre-se para a frente (porque vem na Ilíada) é, no mínimo, uma ingenuidade estratégica. Primeiro, porque não é possível qualquer combate frontal e directo quando a rede de agressores permanece rigorosamente invisível. Depois, porque correr para a frente pode ter sido uma boa solução no arcaísmo temporal da Ilíada, mas nos tempos que correm, é tudo o que não deve ser feito quando se trata de fazer frente a uma organização tão sofisticada e meticulosamente treinada como a que está por trás dos atentados bombistas. Pelo contrário, urge primeiramente desenvolver (na sombra) um paciente e laborioso trabalho de investigação e só depois partir para a acção concreta (como estão a fazer os ingleses). Finalmente, a expressão “combatido com tudo o que tenho à mão” pode traduzir um muito compreensível estado de alma, mas quando levada à letra ou não tem qualquer significado ou chega a ser caricata. O exemplo da dentada, então, não deixa qualquer dúvida (só faltou sugerir o recurso à fisga…)
3.
Aliás, o actual combate ao terrorismo não se compadece com uma visão quixotesca do que é a guerra nem com as injecções de ânimo para um “combate duro, directo, na primeira linha, frontal com o inimigo” que Pacheco Pereira aprova e recomenda só porque um dia essa foi a forma de lutar do Ocidente. Antes de apelar à coragem e bravura dos militares e dos próprios cidadãos é preciso fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para obter uma compreensão mínima do que se está a passar mesmo à frente do nosso nariz sem que disso tenhamos a menor percepção. Como solucionar um problema sem previamente compreender o que está realmente em causa? Que a guerra é praticamente inevitável quando se trata de responder ao terrorismo, é ponto assente. Porque sendo a “linguagem” escolhida por quem nos ataca, não responder nessa mesma “linguagem” poderia significar a rendição perante o agressor, ou seja, um mal ainda maior. E rendição é a ultima coisa de que se fala na pátria de Churchill, como bem fez notar CAA, do Blasfémias, ao citar estas declarações de Tony Blair proferidas logo a seguir às dramáticas explosões de Londres:
It's important however that those engaged in terrorism realise that our determination to defend our values and our way of life is greater than their determination to cause death and destruction to innocent people in a desire to impose extremism on the world.
4.
Declarações que se compreendem perfeitamente. A pior maneira de reagir contra o terrorismo seria sucumbir ao medo, cair na resignação. A reacção de Blair foi, pois, uma reacção ajustada às terríveis circunstâncias. Mas há que reconhecer que não passou disso: de uma declaração solene que, aliás, a ninguém terá surpreendido, muito menos, aos responsáveis por mais este ataque terrorista. Não nos iludamos. E se não passou de uma declaração solene, integra-se naquele conjunto de medidas ou acções que, no dizer de João Miranda “amplificam os efeitos do atentado, geram a histeria e puxam ao sentimento mas (…) não resolvem nada”. Põe-se até o problema de saber se tais declarações e a grande visibilidade mediática que suscitam, não serão, afinal, o mais cobiçado troféu para quem se move por uma lógica de puro terror. Ou alguém acredita que os responsáveis pelos respectivos ataques se deixam desmoralizar por este tipo de declarações e ameaças verbais?
5.
Falar, por isso, de estratégia anti-terrorista faz todo o sentido face à escalada global dos ataques em curso, à invisibilidade dos seus autores e ao insucesso acumulado na descoberta e na punição dos culpados. Urge recorrer às mais avançadas técnicas de investigação criminal e travar um duro combate, uma verdadeira guerra contra o terrorismo. Mas sempre sem perder de vista que as armas e as bombas são a linguagem da violência e não a das ideias. São a linguagem do mais forte e não a do mais inteligente. Pelo que, se nos reclamamos do lado da racionalidade (e da moral), não podemos fechar a porta à comunicação ou ao diálogo seja com que for. Precisamos de saber quem nos ataca e porque somos atacados. Ou ficaremos para sempre reféns da própria irracionalidade que tanto criticamos.
6.
É verdade que esta abertura ao diálogo parece ser visceralmente repudiada por uma certa “maioria blogosférica”. Vê-se isso pelo coro de reacções extremamente negativas ao que Mário Soares terá declarado quanto ao terrorismo. Não assisti a tais declarações. Mas custa-me a crer que um homem da envergadura de Mário Soares alguma vez tenha tido a intenção de desculpabilizar o terrorismo, como li algures ou de o justificar, como acusa Pacheco Pereira. O que sei é que da sua eventual afirmação “é a pobreza que está por trás disto» que aqui se cita de cor, não se pode inferir que Mário Soares está a desculpabilizar (só faltou dizer que estava a concordar com) “a morte brutal de civis”. Assim como não se percebe porque ficou tão atónito o citado jornalista da TSF, ao ouvir Mário Soares dizer que «era preciso tentar compreender o que está por trás do terrorismo». Mas será que agora não é preciso compreender o mal?
7.
Também PMF condena vivamente a “estratégia anti-terrorista” de Mário Soares, ou seja, a que passa pelo diálogo “para perceber os objectivos da rede liderada por Osama bin Laden e combater o terrorismo" dado que "perceber o outro é fundamental". E a título probatório chega a sugerir que Mário Soares deveria ler esta entrevista reproduzida por Nuno Guerreiro, “de preferência, 100 vezes, repetida e concentradamente, até decorar palavra por palavra, tal como fazem os fundamentalistas das Madrassas que ensinam o Corão às crianças muçulmanas!”
8.
Ora é justamente nesta entrevista dada por Omar Bakri Mohammed, que encontramos o cerne do problema, em especial quando afirma “Nós não fazemos a distinção entre civis e não civis, inocentes e não inocentes. Apenas entre muçulmanos e descrentes. E a vida de um descrente não tem qualquer valor. Não tem santidade”. Do meu ponto de vista, é precisamente a partir daqui que o fenómeno do terrorismo de massas tem que ser encarado e combatido. A propósito, Joaquim Vieira escreve na Grande Reportagem desta semana que as fontes do terrorismo actual, “ao contrário do que muito se diz, nada têm a ver com a pobreza e pouco com a religião, mas sobretudo com a política”. Será que ainda é possível manter este peso relativo atribuído por Vieira a cada uma das fontes, depois de se ler na referida entrevista que para a Al-Qaeda “A vida de um descrente não tem qualquer valor” e que, segundo o Islão, “os muçulmanos que morrerem num ataque serão aceites imediatamente no paraíso como mártires”?
9.
Não. A principal fonte deste terrorismo não é a pobreza nem a política mas sim a religião, ou para ser mais exacto, uma muito particular forma de encarar a religião. Não é a pobreza, assim como não é a ignorância. Porque como ainda ontem lembrava Pulido Valente na sua crónica do Público, “o extremismo presume uma ideia, uma convicção e um senso de virtude que não se adquirem na iliteracia e na miséria”. Nem o sentimento de espanto e revolta que este terrorismo espalha à sua volta tem algo a ver com uma eventual motivação política. O que verdadeiramente choca no terror patrocinado pela Al-Qaeda não é tanto que ele ocorra mas a maneira como ocorre: é a globalização da acção, a escala desmesurada dos efeitos, a invisível omnipresença dos seus agentes. Tudo isto, como vimos, fazendo parte de uma ideia de total desvalor ou desprezo pela vida humana que é radicalmente incompatível com a nossa. E se, em nome dos nossos valores e princípios, temos toda a legitimidade para a combater, não é menos verdade que o recurso às armas pode ser a forma mais eficaz de conquistar ou preservar interesses, minorar danos, impor vontades, mas muito dificilmente derrubará a fé numa simples ideia.
10.
Por isso subscrevo inteiramente o que diz João Morgado Fernandes no seu post OUTRO ASSUNTO, de 9 de Julho, quando justifica desta maneira o seu apoio às tão criticadas declarações de Mário Soares: “à irracionalidade do outro campo só podemos responder com mais inteligência” e “só um tonto se lança numa guerra contra algo ou alguém sem, antes, tentar perceber o que leva o outro a estar em guerra”. De facto, era só o que faltava que uma possível saída para o impasse fosse uma má saída só por ter sido indicada por Mário Soares...
Pacheco Pereira, Público, 14 Julho 2005
1.
Como se pode ver acima, em matéria de combate ao terrorismo, Pacheco Pereira não faz concessões. É guerra, é guerra. O que é preciso é liquidar o inimigo. Tudo se resume a um muito primário "nós e eles" . Já não interessam as causas, muito menos as razões "deles". Apenas as nossas que, de tão evidentemente nossas se confundem com o nosso próprio pensar e sentir. E é em nome delas (e da sua aparente universalidade) que devemos lutar contra todas as ameaças e contra o terrorismo, em particular. No fundo, é o confronto entre a “nossa” racionalidade e a irracionalidade “deles”. Às armas, portanto, que o nosso comentador não hesita em traçar o caminho: “o combate frontal e directo”.
2.
Ninguém contesta a legitimidade de uma resposta militar ao terrorismo apocalíptico em curso. Mas afirmar que este terrorismo tem que “ser combatido com tudo o que tenho à mão” (faz até lembrar o espírito da intifada), ou que esse combate deve ser frontal e directo como manda a tradição ou ainda que em tempo de guerra corre-se para a frente (porque vem na Ilíada) é, no mínimo, uma ingenuidade estratégica. Primeiro, porque não é possível qualquer combate frontal e directo quando a rede de agressores permanece rigorosamente invisível. Depois, porque correr para a frente pode ter sido uma boa solução no arcaísmo temporal da Ilíada, mas nos tempos que correm, é tudo o que não deve ser feito quando se trata de fazer frente a uma organização tão sofisticada e meticulosamente treinada como a que está por trás dos atentados bombistas. Pelo contrário, urge primeiramente desenvolver (na sombra) um paciente e laborioso trabalho de investigação e só depois partir para a acção concreta (como estão a fazer os ingleses). Finalmente, a expressão “combatido com tudo o que tenho à mão” pode traduzir um muito compreensível estado de alma, mas quando levada à letra ou não tem qualquer significado ou chega a ser caricata. O exemplo da dentada, então, não deixa qualquer dúvida (só faltou sugerir o recurso à fisga…)
3.
Aliás, o actual combate ao terrorismo não se compadece com uma visão quixotesca do que é a guerra nem com as injecções de ânimo para um “combate duro, directo, na primeira linha, frontal com o inimigo” que Pacheco Pereira aprova e recomenda só porque um dia essa foi a forma de lutar do Ocidente. Antes de apelar à coragem e bravura dos militares e dos próprios cidadãos é preciso fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para obter uma compreensão mínima do que se está a passar mesmo à frente do nosso nariz sem que disso tenhamos a menor percepção. Como solucionar um problema sem previamente compreender o que está realmente em causa? Que a guerra é praticamente inevitável quando se trata de responder ao terrorismo, é ponto assente. Porque sendo a “linguagem” escolhida por quem nos ataca, não responder nessa mesma “linguagem” poderia significar a rendição perante o agressor, ou seja, um mal ainda maior. E rendição é a ultima coisa de que se fala na pátria de Churchill, como bem fez notar CAA, do Blasfémias, ao citar estas declarações de Tony Blair proferidas logo a seguir às dramáticas explosões de Londres:
It's important however that those engaged in terrorism realise that our determination to defend our values and our way of life is greater than their determination to cause death and destruction to innocent people in a desire to impose extremism on the world.
4.
Declarações que se compreendem perfeitamente. A pior maneira de reagir contra o terrorismo seria sucumbir ao medo, cair na resignação. A reacção de Blair foi, pois, uma reacção ajustada às terríveis circunstâncias. Mas há que reconhecer que não passou disso: de uma declaração solene que, aliás, a ninguém terá surpreendido, muito menos, aos responsáveis por mais este ataque terrorista. Não nos iludamos. E se não passou de uma declaração solene, integra-se naquele conjunto de medidas ou acções que, no dizer de João Miranda “amplificam os efeitos do atentado, geram a histeria e puxam ao sentimento mas (…) não resolvem nada”. Põe-se até o problema de saber se tais declarações e a grande visibilidade mediática que suscitam, não serão, afinal, o mais cobiçado troféu para quem se move por uma lógica de puro terror. Ou alguém acredita que os responsáveis pelos respectivos ataques se deixam desmoralizar por este tipo de declarações e ameaças verbais?
5.
Falar, por isso, de estratégia anti-terrorista faz todo o sentido face à escalada global dos ataques em curso, à invisibilidade dos seus autores e ao insucesso acumulado na descoberta e na punição dos culpados. Urge recorrer às mais avançadas técnicas de investigação criminal e travar um duro combate, uma verdadeira guerra contra o terrorismo. Mas sempre sem perder de vista que as armas e as bombas são a linguagem da violência e não a das ideias. São a linguagem do mais forte e não a do mais inteligente. Pelo que, se nos reclamamos do lado da racionalidade (e da moral), não podemos fechar a porta à comunicação ou ao diálogo seja com que for. Precisamos de saber quem nos ataca e porque somos atacados. Ou ficaremos para sempre reféns da própria irracionalidade que tanto criticamos.
6.
É verdade que esta abertura ao diálogo parece ser visceralmente repudiada por uma certa “maioria blogosférica”. Vê-se isso pelo coro de reacções extremamente negativas ao que Mário Soares terá declarado quanto ao terrorismo. Não assisti a tais declarações. Mas custa-me a crer que um homem da envergadura de Mário Soares alguma vez tenha tido a intenção de desculpabilizar o terrorismo, como li algures ou de o justificar, como acusa Pacheco Pereira. O que sei é que da sua eventual afirmação “é a pobreza que está por trás disto» que aqui se cita de cor, não se pode inferir que Mário Soares está a desculpabilizar (só faltou dizer que estava a concordar com) “a morte brutal de civis”. Assim como não se percebe porque ficou tão atónito o citado jornalista da TSF, ao ouvir Mário Soares dizer que «era preciso tentar compreender o que está por trás do terrorismo». Mas será que agora não é preciso compreender o mal?
7.
Também PMF condena vivamente a “estratégia anti-terrorista” de Mário Soares, ou seja, a que passa pelo diálogo “para perceber os objectivos da rede liderada por Osama bin Laden e combater o terrorismo" dado que "perceber o outro é fundamental". E a título probatório chega a sugerir que Mário Soares deveria ler esta entrevista reproduzida por Nuno Guerreiro, “de preferência, 100 vezes, repetida e concentradamente, até decorar palavra por palavra, tal como fazem os fundamentalistas das Madrassas que ensinam o Corão às crianças muçulmanas!”
8.
Ora é justamente nesta entrevista dada por Omar Bakri Mohammed, que encontramos o cerne do problema, em especial quando afirma “Nós não fazemos a distinção entre civis e não civis, inocentes e não inocentes. Apenas entre muçulmanos e descrentes. E a vida de um descrente não tem qualquer valor. Não tem santidade”. Do meu ponto de vista, é precisamente a partir daqui que o fenómeno do terrorismo de massas tem que ser encarado e combatido. A propósito, Joaquim Vieira escreve na Grande Reportagem desta semana que as fontes do terrorismo actual, “ao contrário do que muito se diz, nada têm a ver com a pobreza e pouco com a religião, mas sobretudo com a política”. Será que ainda é possível manter este peso relativo atribuído por Vieira a cada uma das fontes, depois de se ler na referida entrevista que para a Al-Qaeda “A vida de um descrente não tem qualquer valor” e que, segundo o Islão, “os muçulmanos que morrerem num ataque serão aceites imediatamente no paraíso como mártires”?
9.
Não. A principal fonte deste terrorismo não é a pobreza nem a política mas sim a religião, ou para ser mais exacto, uma muito particular forma de encarar a religião. Não é a pobreza, assim como não é a ignorância. Porque como ainda ontem lembrava Pulido Valente na sua crónica do Público, “o extremismo presume uma ideia, uma convicção e um senso de virtude que não se adquirem na iliteracia e na miséria”. Nem o sentimento de espanto e revolta que este terrorismo espalha à sua volta tem algo a ver com uma eventual motivação política. O que verdadeiramente choca no terror patrocinado pela Al-Qaeda não é tanto que ele ocorra mas a maneira como ocorre: é a globalização da acção, a escala desmesurada dos efeitos, a invisível omnipresença dos seus agentes. Tudo isto, como vimos, fazendo parte de uma ideia de total desvalor ou desprezo pela vida humana que é radicalmente incompatível com a nossa. E se, em nome dos nossos valores e princípios, temos toda a legitimidade para a combater, não é menos verdade que o recurso às armas pode ser a forma mais eficaz de conquistar ou preservar interesses, minorar danos, impor vontades, mas muito dificilmente derrubará a fé numa simples ideia.
10.
Por isso subscrevo inteiramente o que diz João Morgado Fernandes no seu post OUTRO ASSUNTO, de 9 de Julho, quando justifica desta maneira o seu apoio às tão criticadas declarações de Mário Soares: “à irracionalidade do outro campo só podemos responder com mais inteligência” e “só um tonto se lança numa guerra contra algo ou alguém sem, antes, tentar perceber o que leva o outro a estar em guerra”. De facto, era só o que faltava que uma possível saída para o impasse fosse uma má saída só por ter sido indicada por Mário Soares...
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