Isto faz-se?
A competência de Mário Pinto para tratar dos aspectos constitucionais do direito ao ensino e da liberdade de ensino (cfr. artigo hoje no Público) é igual à minha para discutir teologia católica, ou seja, nenhuma.
Vital Moreira, no Causa Nossa, 2005.07.18 - post "Competência"
Vital Moreira não precisava de nos recordar a sua competência em matéria dos "aspectos constitucionais do direito ao ensino e da liberdade de ensino" nem tão pouco a sua impreparação para discutir teologia católica. A primeira é publicamente reconhecida. A segunda, facilmente se presume. Mas aceita-se que o tenha feito, ao menos, como exercício de estilo.
O que não parece aceitável é que tenha desferido um despropositado "ataque à pessoa" do autor, negando-lhe competência para escrever o que escreveu, sem contudo se referir a uma palavra, a uma frase ou a uma única ideia do artigo que só indirectamente critica.
Porque ainda que Vital Moreira tivesse razão ao denunciar a incompetência específica de Mário Pinto para emitir uma opinião sobre os respectivos assuntos (tenho pena de não ter lido o artigo) deveria ter presente que a competência não gera imunidade ao erro. Aumenta a probabilidade de acerto mas, por si só, não o garante. E depois, a discordância seja lá com quem for e sobre o que quer que seja dito (ou escrito), exprime-se pelo confronto de argumentos e razões que se oferecem como melhores propostas de compreensão ou como respostas mais adequadas à questão em aberto. E não através de um mero ataque à pessoa (ad hominem).
Ao optar pela desqualificação do autor em vez de refutar as suas ideias, Vital Moreira fugiu ao assunto e, como se não bastasse, invocou, ainda que subtilmente, a sua autoridade. Nenhuma justificação, nenhum argumento. Pelo que, em termos crítico-argumentativos, foi, com o devido respeito, um erro de palmatória.
Vital Moreira, no Causa Nossa, 2005.07.18 - post "Competência"
Vital Moreira não precisava de nos recordar a sua competência em matéria dos "aspectos constitucionais do direito ao ensino e da liberdade de ensino" nem tão pouco a sua impreparação para discutir teologia católica. A primeira é publicamente reconhecida. A segunda, facilmente se presume. Mas aceita-se que o tenha feito, ao menos, como exercício de estilo.
O que não parece aceitável é que tenha desferido um despropositado "ataque à pessoa" do autor, negando-lhe competência para escrever o que escreveu, sem contudo se referir a uma palavra, a uma frase ou a uma única ideia do artigo que só indirectamente critica.
Porque ainda que Vital Moreira tivesse razão ao denunciar a incompetência específica de Mário Pinto para emitir uma opinião sobre os respectivos assuntos (tenho pena de não ter lido o artigo) deveria ter presente que a competência não gera imunidade ao erro. Aumenta a probabilidade de acerto mas, por si só, não o garante. E depois, a discordância seja lá com quem for e sobre o que quer que seja dito (ou escrito), exprime-se pelo confronto de argumentos e razões que se oferecem como melhores propostas de compreensão ou como respostas mais adequadas à questão em aberto. E não através de um mero ataque à pessoa (ad hominem).
Ao optar pela desqualificação do autor em vez de refutar as suas ideias, Vital Moreira fugiu ao assunto e, como se não bastasse, invocou, ainda que subtilmente, a sua autoridade. Nenhuma justificação, nenhum argumento. Pelo que, em termos crítico-argumentativos, foi, com o devido respeito, um erro de palmatória.
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