Ponto para o Governo (2)
Afinal parece que Mário Lino sempre tinha alguma razão quando denunciou a actual falta de sustentabilidade financeira do Metro do Porto. E se não, vejamos: o que disse o nosso ministro das Obras Públicas, aquando da inauguração da Linha Amarela?
Como aqui foi noticiado, disse que o contrato para o Metro do Porto, celebrado em 1998, previa que as linhas da primeira fase terminassem em 2002 e que o investimento realizado fosse de 800 milhões de euros. "Mas estamos no segundo semestre de 2005, o projecto ainda não acabou e já gastámos nele 2,4 milhões de euros, ou seja, o triplo do inicialmente previsto". E acrescentou que se fizeram investimentos "que nada têm a ver com o metro, mas com questões urbanísticas". Ah, claro... também anunciou logo ali que não seriam criadas novas linhas até “as coisas ficarem devidamente arrumadas, ao nível da sustentabilidade económico-financeira e do enquadramento político legal do projecto".
Sejamos francos: num país em crise como o nosso - mas com a decência e o realismo que o nosso parece que (ainda) não tem - o facto do ministro vir defender que "o avanço do Metro do Porto só deveria prosseguir depois de assegurada a sustentabilidade do projecto" seria credor do aplauso de todos, já que de todos é o dinheiro investido e sobre todos recairão os malefícios de uma gestão não prudencial. Ou haverá, em fase de austeridade, decisão política mais acertada do que gastar apenas à medida do dinheiro que temos?
Os "autarcas do Norte" porém, resolveram ignorar esse aspecto central do problema e não olhando a meios para defender a sua dama, chegaram mesmo a acusar o governante de confundir investimento com derrapagem. Ora não foi de derrapagem financeira que o ministro falou mas sim de falta de sustentabilidade financeira. E essa é hoje um facto indesmentível, aliás já confessado. É certo que os administradores do Metro do Porto justificam-no com mais investimentos do que os inicialmente previstos, tendo Oliveira Marques já anunciado que a Metro irá tentar o aumento das dotações a fundo perdido através da candidatura ao FEDER, nesta incluindo todos os novos investimentos não previstos inicialmente, bem como os da linhas de Gondomar e da Boavista. Mas há perguntas que permanecem sem resposta:
Porque razão se avançou para esses novos investimentos que não se encontravam ainda financeiramente garantidos?
Porque é que Oliveira Marques confessa hoje, no Público, que se fosse ministro também mostrava preocupação pela situação financeira do Metro? Não deveria enquanto Administrador ter tido sempre essa preocupação?
Não tenho particular simpatia pela actuação do governante Mário Lino, nomeadamente, nos processos da Ota e do TGV. Julgo porém que isso não me terá impedido de analisar seriamente a sua intervenção no caso do Metro do Porto e concluir que agiu da melhor forma. Ponto, por isso, para ele. Ponto para o Governo
Como aqui foi noticiado, disse que o contrato para o Metro do Porto, celebrado em 1998, previa que as linhas da primeira fase terminassem em 2002 e que o investimento realizado fosse de 800 milhões de euros. "Mas estamos no segundo semestre de 2005, o projecto ainda não acabou e já gastámos nele 2,4 milhões de euros, ou seja, o triplo do inicialmente previsto". E acrescentou que se fizeram investimentos "que nada têm a ver com o metro, mas com questões urbanísticas". Ah, claro... também anunciou logo ali que não seriam criadas novas linhas até “as coisas ficarem devidamente arrumadas, ao nível da sustentabilidade económico-financeira e do enquadramento político legal do projecto".
Sejamos francos: num país em crise como o nosso - mas com a decência e o realismo que o nosso parece que (ainda) não tem - o facto do ministro vir defender que "o avanço do Metro do Porto só deveria prosseguir depois de assegurada a sustentabilidade do projecto" seria credor do aplauso de todos, já que de todos é o dinheiro investido e sobre todos recairão os malefícios de uma gestão não prudencial. Ou haverá, em fase de austeridade, decisão política mais acertada do que gastar apenas à medida do dinheiro que temos?
Os "autarcas do Norte" porém, resolveram ignorar esse aspecto central do problema e não olhando a meios para defender a sua dama, chegaram mesmo a acusar o governante de confundir investimento com derrapagem. Ora não foi de derrapagem financeira que o ministro falou mas sim de falta de sustentabilidade financeira. E essa é hoje um facto indesmentível, aliás já confessado. É certo que os administradores do Metro do Porto justificam-no com mais investimentos do que os inicialmente previstos, tendo Oliveira Marques já anunciado que a Metro irá tentar o aumento das dotações a fundo perdido através da candidatura ao FEDER, nesta incluindo todos os novos investimentos não previstos inicialmente, bem como os da linhas de Gondomar e da Boavista. Mas há perguntas que permanecem sem resposta:
Porque razão se avançou para esses novos investimentos que não se encontravam ainda financeiramente garantidos?
Porque é que Oliveira Marques confessa hoje, no Público, que se fosse ministro também mostrava preocupação pela situação financeira do Metro? Não deveria enquanto Administrador ter tido sempre essa preocupação?
Não tenho particular simpatia pela actuação do governante Mário Lino, nomeadamente, nos processos da Ota e do TGV. Julgo porém que isso não me terá impedido de analisar seriamente a sua intervenção no caso do Metro do Porto e concluir que agiu da melhor forma. Ponto, por isso, para ele. Ponto para o Governo
<< Home