14 agosto 2005

Ocultismo político (2)

Como já aqui dei a entender, mais intrigantes do que a nomeação de Vara poderão ser os ocultos motivos que terão levado Sócrates a promover o seu amigo. Porque, pensando bem, se a nomeação fosse de ordem estritamente política, como foi anunciado, dificilmente seria compensadora face ao mais do que previsível desgaste (político) que traria ao Governo. O que levou então Sócrates a preferir a confiança política de um amigo, à confiança política daqueles que realmente o elegeram? Ou, como escreve aqui Clara Ferreira Alves:

Porquê arriscar num só golpe de roleta o seu depauperado capital político, a sua reputação pessoal, a confiança que o eleitorado que nele votou depositou? Porquê fazer, exactamente, aquilo que os outros antes dele tinham feito e ele tinha criticado?