Jornalismo de fascínio?
Segundo Pedro D'Anunciação (no Expresso desta semana), os banqueiros exercerão sobre os jornalistas o mesmo fascínio que o dinheiro sobre quase toda a gente. Terá sido o que ocorreu nas entrevistas de António Horta Osório, representante em Portugal do grupo espanhol Santander, a Maria-João Avillez ("Outras Conversas", SIC-Notícias, domingo passado, 22h) e de Ricardo Salgado, presidente do Espírito Santo, a Judite de Sousa ("Grande Entrevista", RTPI, 3.ª última, 22hIS):
"As jornalistas perdem aquela desconfiança profissional com que enfrentam os políticos, e mostram de repente um olhar embevecido, uma voz quase doce, uma expressão encantada. Se as respostas dos políticos merecem todas as dúvidas e exigem esclarecimentos muito detalhados, arrancados a ferros, de cenhos franzidos, cheios de insistências enfadadas - as dos banqueiros, pelo contrário, mesmo que não respondam a nada, são recebidas como se tivessem garantia de qualidade."
"As jornalistas perdem aquela desconfiança profissional com que enfrentam os políticos, e mostram de repente um olhar embevecido, uma voz quase doce, uma expressão encantada. Se as respostas dos políticos merecem todas as dúvidas e exigem esclarecimentos muito detalhados, arrancados a ferros, de cenhos franzidos, cheios de insistências enfadadas - as dos banqueiros, pelo contrário, mesmo que não respondam a nada, são recebidas como se tivessem garantia de qualidade."
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