07 março 2006

Comunicação municipal: democracia versus eficácia

Hoje, de tarde, fui à Ribeira. Foi um regresso ao passado (do Porto medieval) para ouvir falar do futuro. Do futuro de uma comunicacão municipal que assegure, quer a participação democrática das populações na actividade politica quer a operacionalidade das respectivas estruturas administrativas.
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"Comunicação Institucional nas Autarquias Locais" - assim se chamava o seminário que decorria na sala D. Luís, do panorâmico Pestana Porto Hotel, destinado a técnicos ou assessores de comunicação das autarquias. Entre os acreditados oradores encontrava-se Narciso Miranda que quando cheguei já abandonava apressadamente o local, ao volante de um BMW 320 d, preto, novo em folha ou quase. Querem ver que o homem anda ainda mais ocupado agora do que quando presidia à Câmara de Matosinhos?

Mas não foi Narciso quem me levou lá. Fui propositadamente para assistir à intervenção do professor e investigador Eduardo Camilo, da UBI, que fez, por sinal, uma excelente comunicação, onde sobressaiu a apresentação de um específico modelo de comunicação municipal com base nas seguintes características:

1) Divisão do trabalho comunicacional (plano de partida, plano processual e plano de chegada)
2) Dimensão dialógica e interactiva
3) Princípio democrático versus princípio da eficácia
4) Os dois públicos-alvo: utentes (consumidores) e munícipes (cidadãos politicamente activos)
5) Heterogeneidade das produções linguísticas
6) Abertura aos novos meios e tecnologias de comunicação (com Know how técnico adequado)
7) Possível produção de efeitos perversos

Foi, sem dúvida, um final de tarde ganho e muito bem ganho, onde aprendi coisas que me serão muito úteis. E a avaliar pelas reacções que se seguiram à palestra, o auditório não terá ficado menos satisfeito do que eu. O Eduardo Camilo e a UBI estão, por isso, de parabéns.